quinta-feira, 15 de maio de 2014

Mantega: energia tem, o problema é seu custo

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, garantiu ontem, durante audiência pública na Câmara, que não haverá falta de energia elétrica". Não há perigo de faltar energia. O problema foi o encarecimento da energia, que causa aumento de custos e o aumento de preços", declarou, ao explicar a engenharia adotada pelo governo para minimizar o impacto da energia mais cara sobre as tarifas de luz. Ele afirmou que os preços da energia elétrica vão recuar em 2015, já que haverá oferta de energia nova, produzida a custos mais baixos.

"Pode faltar água em alguns lugares, não energia", reiterou, lembrando que o modelo definido pelo governo reparte o ônus do aumento de custos entre consumidores, empresas e o Tesouro. "Foi a solução que encontramos para acomodar esse problema, que vai diminuir no ano que vem com nova oferta de energia barata, porque vencem contratos de concessão", afirmou. Mantega negou que o governo esteja "represando" as tarifas administradas, como energia elétrica e combustíveis.

Ele fez a afirmação ao ser questionado sobre entrevista concedida pelo ministro da Casa Civil, Aloisio Mercadante, ao jornal "Folha de São Paulo", na qual afirma que o governo está administrando tarifas para conter a inflação. Segundo ele, até abril do ano passado, os preços domésticos dos combustíveis estavam alinhados com os preços internacionais, mas a desvalorização do real frente ao dólar ocorrida até o início do ano provocou um desalinhamento.

"Não é recomendável que se faça um reajuste tempestivamente. É preciso esperar passar a turbulência e depois fazer o realinhamento de preços", afirmou. Segundo ele, a adequação do preço doméstico ao internacional está sendo buscada, mas não disse como, quando ou de quanto será o reajuste dos combustíveis. Mantega avaliou que ainda haverá uma "transição dolorosa" até a retomada do crescimento, mas reafirmou que a economia brasileira terá, nos próximos anos, recuperação "gradual" e que a crise internacional está perdendo força.

Ele reiterou a solidez dos fundamentos da economia brasileira e declarou que, até o final do mês, o IBGE fará uma revisão do PIB de 2013, em consequência da revisão (para cima) da atividade industrial. "Não sabemos ainda para quanto vamos", disse. O ministro fez uma veemente defesa da Petrobras, da gestão da empresa e da política de fortalecimento da estatal adotada pelo governo.

le reiterou que não acompanhou a operação de compra da refinaria de Passadena, alvo de investigação de uma CPI. E afirmou que os conselheiros da estatal não tinham "informações plenas" sobre a operação. "A decisão que foi tomada, com as informações que tinham, foi correta. Segundo ele, naquele ano havia "figuras eminentes" do empresariado brasileiro no Conselho da Petrobras, como Fábio Barbosa (Febraban), Jorge Gerdau (Gerdau) e o economista Claudio Haddad.

"Era um conselho altamente qualificado". Mantega afirmou ainda que, posteriormente, quando ele já integrava o Conselho, e de posse das informações mais detalhadas, foi contrário à compra da segunda metade da refinaria. A compra foi determinada em um processo que acabou sendo decidido por uma câmara arbitral. (Brasil Econômico)
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