sexta-feira, 16 de maio de 2014

Geradoras tucanas dobram lucro com venda de energia

As empresas de geração de energia ligadas a Estados governados pelo PSDB estão aproveitando o momento de altos preços da energia no mercado de curto prazo para alavancar seus lucros no primeiro trimestre deste ano.

Juntas, as três empresas de posse dos Estados de Paraná (Copel), São Paulo (Cesp) e Minas Gerais (Cemig) lucraram R$ 2,5 bilhões entre janeiro e março, o dobro do que ganharam no mesmo de 2013.

A Copel Geração e Transmissão, registrou um crescimento do lucro de 36% nesse período, o que significou R$ 579,8 milhões.

Já a Cesp obteve uma alta de 149% do lucro, resultando em R$ 844,8 milhões.

Por fim, a Cemig teve um crescimento de 118% no lucro, de R$ 1,083 bilhão.

Todas apontam para o mercado de curto prazo, também conhecido como "spot", para justificar as altas.

A Cemig possui o crescimento mais expressivo de vendas no mercado spot. Enquanto que entre janeiro e março de 2013 a empresa vendeu nesse segmento R$ 453 milhões, em igual período de 2014 a receita desta operação somou R$ 1,3 bilhão.

As outras duas também experimentaram grande crescimento na venda de energia no mercado "spot".

As vendas da Copel cresceram 86%, e as da Cesp, 109%.

ESCOLHA ACERTADA - Após a divulgação dos resultados das três principais geradoras de energia do país depois da Eletrobras, ficou nítida a vantagem que a medida provisória 579 (de 2012 e convertida em lei no ano passado) deu a essas empresas, pelo menos no curto prazo.

As três não concordaram com as propostas do governo federal, contidas na medida, para antecipar a renovação das concessões. Em troca, o governo pedia a amortização dos investimentos, o que reduziria as tarifas de energia.

Como não aderiram ao programa, em 2015 as empresas perderão a concessão de importantes usinas. Assim, as empresas deixaram de ofertar energia em leilões e firmar acordos longos. Em uma estratégia agressiva, passaram a disponibilizar toda energia excedente no mercado de curto prazo.

Desde fevereiro, o valor do megawatt nesse segmento está agarrado ao teto permitido em lei, de R$ 822,83 por hora. Apesar dos preços, as geradoras não teriam lucrado tanto se não fosse às custas das distribuidoras.

Como essas geradoras deixaram de participar dos leilões, as distribuidoras não conseguiram repor a energia perdida após contratos de suprimento entre as duas partes se encerrarem em 2013.

Para garantir o fornecimento aos consumidores, elas são obrigadas a comprar energia no mercado "spot", pagando o alto preço. (Folha de S. Paulo)
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