segunda-feira, 7 de abril de 2014

Empréstimo da CCEE para distribuidoras pode ser maior que R$ 8 bilhões

O empréstimo previsto para as distribuidoras de energia pode ser maior que os R$ 8 bilhões anunciados pelo governo, afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica, Romeu Rufino, em conversa com jornalistas nesta segunda-feira, 7 de abril. "O que o Tesouro fez agora? Ele diz: ' aqueles R$ 2,8 bilhões eu vou direcionar para a CDE', o que sinaliza que possivelmente vamos ter que aumentar aquele valor de R$ 8 bi de captação", disse Rufino.

O pacote de medidas para reduzir a pressão da compra de energia sobre o caixa das empresas inclui aporte de R$ 4 bilhões do Tesouro na Conta de Desenvolvimento Energético e a autorização para contratação de financiamento pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. 

O diretor admitiu que pode haver "eventualmente" um novo aporte. Mas destacou que essa possibilidade não está no decreto que trata das medidas, nem foi sinalizada "em momento algum" pelo Tesouro. "Então, se não sinalizou, o valor da captação pode ter que ser um pouco maior em relação a R$ 8 bilhões", acrescentou, antes de lembrar que a estimativa feita será apurada ao longo do ano.

Parte dos recursos repassados à conta pelo Tesouro - R$ 1,2 bilhão - já havia sido usada na liquidação das operações de compra de energia pelas distribuidoras no mercado de curto prazo em janeiro. Os R$ 2,8 bilhões restantes foram liberados agora para cobrir parte da exposição e também dos gastos com a geração termelétrica.

A necessidade de ampliação do financiamento às empresas vai depender do resultado do leilão A-0 do próximo dia 30, e também do manutenção a plena carga da geração de energia térmica. Rufino explicou que a contratação de maior quantidade de energia existente no certame vai reduzir a pressão sobre as empresas, porque a contratação de energia no curto prazo é feita pelo Preço de Liquidação das Diferenças.

"Depende do quanto o leilão consegue mitigar da exposição. Se ele consegue contratar mais, a exposição diminui; se consegue contratar menos, a exposição se mantém um pouco maior", disse. (Canal Energia)
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