quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Empréstimo para Eletrobrás fica para 2014

Cancelado anteontem pelo Ministério da Fazenda após vir a tona que seria usado como mais uma manobra contábil, o empréstimo da Caixa para a Eletrobrás poderá ser efetivado em breve. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, e o se-cretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, não descartaram ontem a possibilidade de que essa operação seja realizada no próximo ano.

Segundo a Eletrobrás, o empréstimo, no valor de R$ 2,6 bilhões, serviria para pagar dívidas de suas subsidiárias com um fundo setorial, a Reserva Global de Reversão (RGR). Mas analistas interpretaram o financiamento como uma forma de o governo abastecer o fundo sem emitir títulos públicos e, assim, piorar o resultado do superávit primário, que é a economia feita para pagar juros da dívida.

Augustin atribuiu o cancelamento a uma "desinformação muito grande" no mercado. O secretário insistiu que o empréstimo não tinha impacto fiscal. Mas não garantiu que a operação esteja definitivamente abortada. "No momento está cancelada. Hoje, está cancelada, porque estava causando tumulto desnecessário", disse. Zimmermann, que também preside o Conselho de Administração da estatal, defendeu que o empréstimo era vantajoso para a empresa. "Esse processo da Caixa era muito bom e tenho esperança de que saia em 2014. Torço para que saia", afirmou. "Essaoperaçãobancáriabenefi-ciaria a Eletrobrás, ao trocar um empréstimo com um determinado prazo por outro com prazo maior, carência maior e juros iguais."

Desconto. Enquanto a operação não é retomada, o governo terá que voltar a emitir títulos parà abastecer a RGR e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), São esses fundos que bancam a redução de 20% da conta de luz, uma das principais bandeiras eleitorais da presidente Dilma Rousseff.

Augustin afirmou que o governo deve emitir R$ 1,5 bilhão adicionais neste ano para pagar as despesas com as indenizações às geradoras e transmissoras que aderiram ao pacote de renovação antecipada das concessões. O dinheiro também servirá para bancar a compra da energia gerada pelas usinas térmicas, que, de janeiro anovembro, somou R$ 9,6 bilhões.

• Destino
R$ 2,6 bi é o valor do empréstimo da Caixa para a Eletrobrás que seria usado para pagar dívidas de suas subsidiárias com um fundo setorial, a Reserva Global de Reversão. (O Estado de S. Paulo)
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