As quatro usinas nucleares que estão em estudo pelo Ministério de Minas e Energia (MME) deverão contar com a presença de investidores privados. A afirmação foi feita ontem pelo secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do ministério, Altino Ventura.
"Não entendemos que o programa nuclear seja puramente estatal", afirmou Ventura, durante seminário realizado pelo Grupo de Economia da Energia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). "Com as experiências que estamos tendo na parte de transmissão e geração, muito bem-sucedidas [com relação à participação privada], é desejável que essa experiência seja estendida para nuclear, no que diz respeito à parte convencional da usina", disse o secretário.
Segundo Ventura, a energia nuclear no país ganhará relevância nos próximos dez anos, visto que há uma quantidade limitada de recursos hídricos para se somar à atual capacidade de geração de energia elétrica. O ministério calcula que entre 2025 e 2030 todo o potencial hídrico que pode ser explorado para a geração de energia no Brasil deverá estar esgotado.
As energias renováveis, como biomassa, energia solar e energia eólica, também terão espaço no crescimento da oferta de energia, mas o papel delas será complementar e não de base, afirma o secretário.
As quatro usinas nucleares são previstas pelo ministério em um horizonte de longo prazo, até 2030. Segundo Ventura, elas ainda estão em estudo e deverão ser localizadas no Nordeste e no Sudeste. Ventura evitou dar um prazo para que os estudos de viabilidade sejam concluídos.
Ventura comentou denúncias feitas pelo "Fantástico", da Rede Globo, de espionagem estrangeira direcionadas ao governo brasileiro, que agora tiveram como alvo o Ministério de Minas e Energia. O secretário admitiu que informações estratégicas relacionadas a leilões de petróleo e de energia são guardadas pelo ministério. Entretanto, disse não acreditar que as denúncias inviabilizem os leilões. (Valor Econômico)
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