Representantes da Energisa entregaram, na terça-feira, à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o plano de recuperação e correção de falhas e transgressões das oito distribuidoras do grupo Rede que estão sob intervenção da autarquia. Composto por 12 capítulos e 2,7 mil páginas, o documento traz um diagnóstico detalhado e apresenta alternativas de soluções técnicas e econômico-financeiras para as concessionárias. Os executivos da Energisa fizeram uma apresentação do plano para o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, e mais de 20 integrantes da agência.
Após a análise pelos técnicos da companhia, o plano será levado à apreciação pela diretoria da Aneel, o que deve ocorrer até o fim do ano. Até o momento, os interventores nas distribuidoras não foram acionados pela agência. A expectativa, porém, é que eles também sejam consultados sobre o teor do documento.
Na avaliação de uma fonte a par do assunto, é grande a possibilidade de aprovação do plano pela Aneel. "Não vejo nenhuma razão para imaginar que o plano não seja bom", afirmou ela ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor.
O diretor-presidente da Energisa, Ricardo Botelho, disse, em nota, que "as propostas trazem uma solução sadia e rápida para a recuperação das empresas".
A preocupação maior continua sendo no âmbito judicial. É esperado que os credores estrangeiros do Rede recorram da decisão da 2ª Vara de Falências de São Paulo, que homologou a aprovação do plano de recuperação judicial da holding com a transferência do controle para a Energisa. Com isso, a solução para as distribuidoras pode ficar apenas para 2014, comprometendo a situação financeira das empresas, que estão sem acesso a recursos próprios e a crédito no mercado.
O aval da Aneel e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) é necessário para a concretização da compra do grupo Rede pela Energisa.
O plano de recuperação homologado pela Justiça prevê que a Energisa pague R$ 1,9 bilhão a credores e invista R$ 1,1 bilhão nas distribuidoras. A venda do controle do Rede será realizada pelo valor simbólico de R$ 1,00. As distribuidoras possuem 3,3 milhões de clientes em São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Tocantins e Mato Grosso do Sul. (Valor Econômico)
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