quarta-feira, 3 de julho de 2013

Eletropaulo fica sem reajuste de tarifa

Embora a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não tenha acolhido o reajuste proposto pela AES Eletropaulo, o presidente da distribuidora paulista, Britaldo Soares, disse ontem, em Brasília, que a decisão da agência foi "equilibrada". A empresa havia solicitado aumento médio de 9,34%. Mas a agência decidiu zerar o reajuste da distribuidora, com uma redução de 0,87% para os clientes industriais e um aumento de 0,43% para os consumidores residenciais.

A notícia derrubou as ações da Eletropaulo, que fecharam ontem em baixa de 6,9%, a R$ 5,80. Em 2013, os papéis já acumulam uma queda de 65,5%. A distribuidora paulista já perdeu neste ano R$ 1,8 bilhão em valor mercado, que caiu ontem para R$ 971 milhões.

Britaldo ressaltou que a empresa receberá R$ 506 milhões em até dez dias para cobrir os custos com as térmicas. O pagamento virá da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo abastecido com recursos do Tesouro para arcar com uma parte da despesas com a geração térmica no país. A Eletropaulo havia calculado receber um ressarcimento maior referente ao custo das térmicas, mas que não foi atendido pela Aneel.

A principal razão para que o órgão regulador não concedesse o aumento solicitado pela distribuidora deve-se ao "crédito" gerado pelo 3º ciclo de revisão tarifária, ocorrido em 2012. A distribuidora terá de "devolver" R$ 763,3 milhões para os consumidores, por meio de um abatimento nas tarifas. Segundo Soares, a Eletropaulo pediu que fossem repassados 33% do crédito que os consumidores têm com a concessionária, mas a Aneel decidiu repassar 67,5%, o que impactou o índice em 7,5 pontos percentuais. "De maneira alguma este reajuste atrapalha", disse Soares, que mantém a previsão de investir R$ 640 milhões este ano.

Sobre o reajuste da Copel, o diretor geral da Aneel, Romeu Rufino, afirmou que a distribuidora paranaense terá até o fim desta semana para apresentar um plano de reajuste para as suas tarifas. A estatal suspendeu, há duas semanas, o reajuste anual de 14,6% a pedido do governo do Estado do Paraná. A Copel se comprometeu a apresentar cálculos para atualizar parcialmente o preço da energia. Segundo Rufino, "não é prudente" manter o índice suspenso por um longo período. (Valor Econômico)
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