Com a meta de investir R$ 13,8 bilhões este ano, a Eletrobrás assegurou que não terá dificuldades financeiras para cumprir o seu programa de investimentos este ano. Apesar da queda no Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) a partir deste ano, provocada pela mudança de regras com a renovação das concessões de geração e transmissão, a companhia garantiu que os aportes previstos são compatíveis com a sua realidade.
Em nota, a estatal informou que as suas subsidiárias "têm boa disponibilidade de caixa, por conta das indenizações recebidas, e acesso a linhas de crédito de instituições financeiras, como, por exemplo, BNDES e Caixa".
Do volume de R$ 13,8 bilhões, a companhia informou que boa parte dos investimentos será financiada com o capital de terceiros. "Nossa estimativa é que 22% desses recursos são provenientes de capital próprio e 78% de financiamentos", afirmou. Para 2013, o maior investimento corporativo é a termoelétrica nuclear Angra 3, cujo valor para este ano é de R$ 2,8 bilhões.
No caso dos projetos das usinas de Santo Antônio e de Jirau, a empresa explicou que os investimentos ocorrem por meio de sociedades de propósito específico (SPE), e que grande parte dos desembolsos relacionados a esses empreendimentos já foi realizada.
Embora garanta ter os recursos necessários parafazer os investimentos, historicamente a Eletrobrás não tem cumprido as suas metas. A título de ilustração, o orçamento de 2012 previa um aporte de R$ 12,5 bilhões, mas o valor realizado foi de R$ 9,9 bilhões. No primeiro trimestre deste ano, a estatal federal investiu R$ 1,9 bilhão, apenas 13,7% do projetado. Apesar desse número, a Eletrobrás acredita que vai superar o volume realizado em 2012. "Como historicamente ocorre, os desembolsos se aceleram no segundo semestre e, por esse motivo, a Eletrobrás espera superar o total investido ano passado", informou.
Segundo a empresa, o aumento recente nos investimentos em relação aos níveis praticados no passado decorre de dois fatores: o bom resultado das subsidiárias do grupo nos leilões de geração e transmissão, o que ampliou a sua carteira de empreendimentos, e o ciclo de desenvolvimentos dos projetos, o qual depende de uma série de elementos, como a janela hidrológica e a obtenção das licenças ambientais. "A soma desses diversos fatores fez o cronograma de vários empreendimentos coincidirem, o que provocou uma concentração de vários projetos em um mesmo período", afirmou a companhia. (O Estado de S. Paulo 14/07)
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