quarta-feira, 26 de junho de 2013

CNPE determina uso de térmicas até novembro

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou, em reunião realizada ontem, a manutenção da operação plena das usinas térmicas para garantir os níveis de segurança dos reservatórios das hidrelétricas no final do período de seca, que se iniciou em maio. Em exposição durante o encontro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) apontou que, sem o uso das usinas a óleo, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro Oeste chegarão a novembro abaixo do limite de segurança de 47%.

Na reunião anterior, realizada em maio, o conselho autorizou o desligamento de quatro usinas térmicas a óleo, consideradas mais caras, e sinalizou com novos desligamentos, diante de um cenário de melhora no nível dos reservatórios. “Vamos reavaliar no próximo mês”, disse, na ocasião, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. O cenário apresentado ontem aponta que, caso permanecessem ligadas apenas as térmicas mais baratas, o armazenamento no SE/CO chegaria a 42,5% em novembro. No Nordeste, os reservatórios chegariam a 35,3%, bem próximo do limite mínimo de 35%. 

Segundo as projeções do ONS, o Brasil terá que mudar sua matriz energética nos próximos anos, diante da dificuldade cada vez maior para construir usinas hidrelétricas com reservatórios. Entre 2013 e 2017, a participação da energia hídrica na matriz cairá de 77,9% para 77,3%. Parte da queda será compensada pelo aumento da geração eólica, cuja participação subirá de 1,5% para 5,8%.Haverá ainda aumento nas fatias das usinas a gás e a carvão. Em 2017, o estoque de energia nos reservatórios das hidrelétricas vai garantir o abastecimento de apenas 4,7 meses, contra 6,2 meses em 2001. Apesar disso, o ONS diz que o risco de racionamento continua abaixo dos 5% no período. Isso se forem a contratadas novas térmicas para garantir a expansão e o fornecimento nos horários de ponta. A região Sul é apontada como local para sediar novas usinas. (Brasil Econômico)
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