A empresa franco-belga GDF Suez vendeu participação de 20% na usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), para a japonesa Mitsui, por R$ 1,14 bilhão. A transação foi baseada em um valor patrimonial de R$ 5,7 bilhões referente a 100% do projeto (€ 2,2 bilhões) em 31 de dezembro de 2012. O ingresso da japonesa Mitsui no projeto de Jirau reduz o , risco da Tractebel (geradora de energia controlada pela GDF Suez) quando vier a comprar os 40% restantes no projeto, avaliou o analista do Credít Suisse, Vinicius Canheu, em comentário distribuído aos clientes.
"Depois da transação com a Mitsui, o tamanho total da operação para a Tractebel se tornou muito menor.-Então, a percepção de redução do risco pode se consolidar”, afirmou. Durante o segundo semestre de 2012, a GDF havia aumentado sua participação em Jirau, de 50,1/6 para 60% por meio da aquisição de uma participação adicional de 9,9% da Camargo Corrêa. Mesmo após o fechamento do negócio, GDF Suez continuará sendo a maior acionista no projeto, com 40% da participação, considerando que Chesfe Eletrosul, subsidiárias da Eletrobrás, mantêm uma fatia de 20% cada uma, a mesma participação da Mitsui.
Canheu disse que a compra da participação da GDF em Jirau tem sido vista pelo mercado até então como o grande risco; para o papel da geradora. Antes cie o negócio ser anunciado, o mercado trabalhava com a hipótese de que a Tractebel iria adquirir os 60% de participação que até então eram detidos pela multinacional francesa.
Investidores como analistas temiam que a companhia pagasse um valor excessivo pela fatia acionária e que isso reduzisse o nível de distribuição de dividendos. Dc acordo com o analista, os receios agora tendem a diminuir. “Acreditamos que haverá ,uma leitura positiva para a Trac- tebeP\ disse.
Menos riscos* Diferentemente de outras elétricas, a Tractebel não participa diretamente dos leilões de energia nova quando se trata da disputa pela concessão de novas hidrelétricas. Quem assume esse papel é a GDF Suez, e essa estratégia tem como objetivo evitar que o risc dos empreendimentos contam nem os resultados e o desempe nho das ações da Tractebel Quando os riscos de constru ção das usinas, estão praticamente mitigados,- a GDF Suez vende a sua participação acionária para a controlada no Brasil Esse modelo sempre desagradou os demais acionistas da "Tractebel por conta do potencial conflito de interesse envolvendo as operações. A previsão mais recente da GDF Suez é de que a primeira turbina da hidrelétrica entre em operação até o fim de junho. Atualmente, a Tractebel detém R$ 500 milhões reservados no caixa para fazer frente à compra da participação em Jirau.
A hidrelétrica Jirau tem. uma capacidade de 3,75 mil MW com energia assegurada de 2,185 mil MW médios. O projeto foi conquistado no leilão de energia nova realizado em e tinha a previsão contratual para entrar em operação em janeiro de 2013, Originalmente, a intenção era iniciar a geração de energia do projeto cm meados de 2012, mas uma seqüência de greves e os atrasos na construção nas linhas de transmissão fizeram o cronograma ser estendido.
Tractebel é hoje a empresa mais valiosa do setor
A Tractebel é hoje a empresa mais valiosa do setor de energia a bolsa brasileira» Â empresa (controlada pelo maior grupo de energia do mundo, a GDF Suez está avaliada em R$ 23f5 bilhões, à frente de companhias como CPFL, Cemig e Eletrobrás, que até o fim do ano passado lideravam esse ranking. A crise que atingiu o setor de energia no ano passado, por conta da medida provisória que previa a renovação antecipada das concessões que vencem entre 2015 e 2037e não afetou a geradora. Os contratos de concessão das 22 usinas da Tractebel só vencem a partir de 2028» Hoje, sem Jirau, a empresa tem uma capacidade instalada de 896W (metade da potência produzida pela usina de Itaipu) (O Estado de S. Paulo)
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