Furnas começou ontem uma reestruturação em que se comprometeu a enxugar 35% do seu quadro de pessoal, que passará de 6.401 para 4.174 funcionários com demissões voluntárias e saída de tercerizados. O objetivo é economizar R$ 440 milhões em gastos de custeio até 2018 - com pessoal, manutenção e serviços. Esse corte sai da redução da força de trabalho e de nova divisão de cargos e tarefas prevista para começar no primeiro trimestre de 2013. Para fazer a reorganização, foi contratado estudo da consultoria Roland Berger por US$ 500 mil, com verba a fundo perdido do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Gerências vão ser extintas ou unificadas. Sem aviso prévio, os 435 gerentes de Furnas foram informados que ficarão nos cargos apenas provisoriamente, até a nova estrutura da empresa entrar em prática, como antecipou O GLOBO. Muitos deles já aderiram ao novo plano de demissão voluntária.
- Essa reestruturação com certeza reduzirá o número de gerentes. Em 1986, houve reestruturação e acabaram com chefes de seção - disse um gerente, que preferiu não se identificar.
O objetivo é reduzir a despesa com custeio de R$ 1,98 bilhão em 2012 para R$ 1,54 bilhão em 2018. Mesmo com receitas menores, Furnas se comprometeu para que lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) representem 70% do faturamento em quatro anos. Hoje são 20%, segundo a empresa. A reestruturação vai servir de modelo para outras empresas do grupo Eletrobras. Para viabilizar preços menores de energia como quer o governo federal, José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, admitiu que o grupo passa por uma adequação.
- Essa adequação está sendo de todas as empresas. Ficou mais necessária ainda diante da redução de preços que temos nas tarifas. Mas com o consultor internacional (Roland Berger), colocamos Furnas como o caso de demonstração - diz Carvalho Neto.
FURNAS: GERÊNCIA REDUNDANTE
A empresa não informou quantos gerentes aderiram à demissão voluntária. Mas 70% deles já estavam aposentados pelo INSS ou estariam em condições de se aposentar até 2014. No total, 1.759 empregados aderiram ao plano e deixam a empresa até julho do próximo ano. Não foi informado o gasto previsto com essas aposentadorias.
Até o fim do mês passado, foram desembolsados R$ 133 milhões, com economia prevista de R$ 83 milhões. Segundo a empresa, o valor pago a cada empregado leva 13 meses para virar economia.
Outra parte do corte virá com a saída de 1,3 mil funcionários terceirizados após acordos com a Federação Nacional dos Urbanitários e o Ministério Público do Trabalho.
- Foram extintas gerências redundantes nas áreas regionais. Tinha área com três divisões administrativas fazendo exatamente a mesma coisa - afirma Flávio Decat, presidente de Furnas. (O Globo)
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