Apesar de prever uma folga de 15 milhões de metros cúbicos/dia, entre a oferta e a demanda de gás natural para 2016, a Petrobras não fornecerá o insumo para termelétricas nos próximos leilões de energia, marcados para outubro. O problema, de acordo com a estatal, não é técnico, mas regulatório. Isso porque, pelas regras dos leilões, as térmicas inscritas precisam apresentar garantia de fornecimento de gás por 20 anos, mesmo que não ganhem a disputa. Por isso, a Petrobras não pode assegurar reservas para todos os projetos.
"Nós temos uma limitação de volume [de gás]. Na atual regra do leilão, não tenho como demonstrar lastro. No A-5 [leilão com início de fornecimento de energia em cinco anos] de 2011, tivemos 29 empreendedores solicitando gás natural, num volume total de 54,7 milhões de metros cúbicos/dia. Se tivéssemos que fornecer contrato de gás para todos eles, precisaríamos de reservas de 15 trilhões de pés cúbicos (TCFs), o equivalente a reserva que temos hoje", explicou o diretor de gás e energia da Petrobras, José Alcides Santoro.
Os 29 empreendimentos do citados pelo diretor da Petrobras somavam 11 mil megawatts (MW), nove vezes mais que a capacidade contratada no leilão, de 1.211,5 MW. A estatal não participou do leilão.
Segundo Santoro, a Petrobras está buscando alternativas para o problema de fornecimento de gás com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Uma possibilidade seria permitir que a estatal informe antecipadamente o volume do insumo disponível. As térmicas disputariam entre si a contratação do gás no limite da capacidade declarada.
O executivo detalhou ontem os investimentos da área de Gás e Energia, dentro do plano de negócios 2012-2016. O novo plano também reduz em quase 3% a oferta de gás no mercado nacional, considerando que a produção de óleo prevista para 2020 foi revisada e terá agora 710 mil barris/dia a menos do que no plano anterior.
A Petrobras vai oferecer 168 milhões de m3 /dia de gás no fim da década, contra 173 milhões de m3 /dia previstos no plano anterior, até 2015. O gás deve ser vendido por cerca de 80% do preço do óleo combustível.
Apesar da cifra expressiva de US$ 13,8 bilhões em investimentos previstos, dos quais US$ 300 milhões na Argentina, quase metade do montante (US$ 5,9 bilhões) se refere a projetos em avaliação e que não têm ainda sua economicidade garantida. A lista inclui a ampliação do trecho sul do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) e o terminal de regaseificação de Barra do Riacho (ES) só para citar alguns, além de duas unidades de fertilizantes.
Santoro explicou que projetos em avaliação vão competir por recursos com empreendimentos das áreas de Abastecimento e Internacional. "Se [o projeto] se mostrar economicamente inviável ou se não tivermos à época recursos financeiros, ou será postergado ou volta para a prancheta, para se ver o que aconteceu."
Um dos projetos em avaliação é a UFN IV, complexo gás químico em Linhares (ES), que vai produzir uréia, metanol, melanina e ácido acético, entre outros. Essa unidade deve entrar em operação em meados de 2017. Com ela, a produção nacional de uréia subirá para 3 milhões de toneladas/ano, atendendo a 70% do consumo nacional.
A outra é a UFN V, para produção de amônia em Uberaba (MG), que ainda precisa de um gasoduto levando gás de São Paulo para Minas e está prevista para operar no fim de 2015. Com essa unidade, o Brasil passaria a produzir 803 mil toneladas/ano de amônia, atingindo a autossuficiência. As duas unidades receberão investimentos da ordem de US$ 3,2 bilhões. (Valor Econômico)
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"Nós temos uma limitação de volume [de gás]. Na atual regra do leilão, não tenho como demonstrar lastro. No A-5 [leilão com início de fornecimento de energia em cinco anos] de 2011, tivemos 29 empreendedores solicitando gás natural, num volume total de 54,7 milhões de metros cúbicos/dia. Se tivéssemos que fornecer contrato de gás para todos eles, precisaríamos de reservas de 15 trilhões de pés cúbicos (TCFs), o equivalente a reserva que temos hoje", explicou o diretor de gás e energia da Petrobras, José Alcides Santoro.
Os 29 empreendimentos do citados pelo diretor da Petrobras somavam 11 mil megawatts (MW), nove vezes mais que a capacidade contratada no leilão, de 1.211,5 MW. A estatal não participou do leilão.
Segundo Santoro, a Petrobras está buscando alternativas para o problema de fornecimento de gás com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Uma possibilidade seria permitir que a estatal informe antecipadamente o volume do insumo disponível. As térmicas disputariam entre si a contratação do gás no limite da capacidade declarada.
O executivo detalhou ontem os investimentos da área de Gás e Energia, dentro do plano de negócios 2012-2016. O novo plano também reduz em quase 3% a oferta de gás no mercado nacional, considerando que a produção de óleo prevista para 2020 foi revisada e terá agora 710 mil barris/dia a menos do que no plano anterior.
A Petrobras vai oferecer 168 milhões de m3 /dia de gás no fim da década, contra 173 milhões de m3 /dia previstos no plano anterior, até 2015. O gás deve ser vendido por cerca de 80% do preço do óleo combustível.
Apesar da cifra expressiva de US$ 13,8 bilhões em investimentos previstos, dos quais US$ 300 milhões na Argentina, quase metade do montante (US$ 5,9 bilhões) se refere a projetos em avaliação e que não têm ainda sua economicidade garantida. A lista inclui a ampliação do trecho sul do Gasoduto Bolívia Brasil (Gasbol) e o terminal de regaseificação de Barra do Riacho (ES) só para citar alguns, além de duas unidades de fertilizantes.
Santoro explicou que projetos em avaliação vão competir por recursos com empreendimentos das áreas de Abastecimento e Internacional. "Se [o projeto] se mostrar economicamente inviável ou se não tivermos à época recursos financeiros, ou será postergado ou volta para a prancheta, para se ver o que aconteceu."
Um dos projetos em avaliação é a UFN IV, complexo gás químico em Linhares (ES), que vai produzir uréia, metanol, melanina e ácido acético, entre outros. Essa unidade deve entrar em operação em meados de 2017. Com ela, a produção nacional de uréia subirá para 3 milhões de toneladas/ano, atendendo a 70% do consumo nacional.
A outra é a UFN V, para produção de amônia em Uberaba (MG), que ainda precisa de um gasoduto levando gás de São Paulo para Minas e está prevista para operar no fim de 2015. Com essa unidade, o Brasil passaria a produzir 803 mil toneladas/ano de amônia, atingindo a autossuficiência. As duas unidades receberão investimentos da ordem de US$ 3,2 bilhões. (Valor Econômico)
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