Um estudo elaborado dentro do programa de pesquisa e desenvolvimento (P&D) de distribuidoras de energia chegou à conclusão de que a implantação de tecnologias como as redes elétricas inteligentes e a geração distribuída levará a maiores tarifas para o consumidor. De acordo com o material, essas duas tecnologias causariam, juntas, um aumento de cerca de 10% nas contas até 2030.
Os números levam em conta os investimentos para modernização da rede,como a implantação de medidores eletrônicos, e o custo extra que será gerado para subsidiar descontos na tarifa de transmissão dados a quem implantar pontos de microgeração, como placas solares ou mini turbinas eólicas.
"Em uma primeira visão, provocaria aumento na tarifa -o que não é tão grave, pelos benefícios que causará ao consumidor", avalia Fernando Maia, consultor do Instituto da Associação Brasileira dos Distribuidores de Energia Elétrica (iAbradee).
Segundo a entidade, seriam necessários investimentos totais de R$91,1 bilhões no período, sendo R$69,4 milhões por parte das distribuidoras e R$21,7 bilhões em incentivos e subsídios do governo.
Maia afirma que o aporte previsto para as concessionárias, de cerca de R$4 bilhões por ano, equivale a algo entre 30% e 50% dos investimentos anuais do setor. Assim, o especialista aponta a necessidade de superar barreiras regulatórias, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) hoje não remunera investimentos nessas tecnologias.
O estudo traça um plano "conservador", em que 50% das unidades consumidoras teriam medição inteligente em 2030, com um total de 75,3 milhões de medidores. No cenário "acelerado", seriam 120,7 milhões de equipamentos para atender 75,5% dos clientes. E, no "moderado", 60,6 milhões de unidades contariam com a tecnologia, fornecida por 92,6 milhões de aparelhos.
Para Maia, é necessária a criação de linhas de financiamento compatíveis com a duração dos medidores, calculada em 13 anos pela Abradee. Seria ainda preciso conquistar o engajamento dos próprios consumidores e ter um correto tratamento regulatório desses investimentos.
O consultor também defende que, na geração distribuída, seja criada uma política pública para que o uso da rede pelos microgeradores não seja gratuito. A Abradee tem insistido que consumidores que instalarem uma placa fotovoltaica, por exemplo, acabarão usando a rede como bateria. isso porque produziriam energia ao longo do dia ,com o sol, e consumiriam também à noite, principalmente no pico das 21h.
Em conversa com o Jornal da Energia, o presidente da Abradee, Nelson Fonseca Leite, já havia apontado que a geração distribuída deve representar algo entre 3% e 8% da matriz brasileira em 2030, variando de acordo com as previsões, que vão da conservadora à agressiva. (Jornal da Energia)
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