O governo brasileiro continua estudando qual estrutura adequada para implantação das redes inteligentes no País. Apesar do desenvolvimento de projetos-pilotos na área serem cada vez mais comuns, o acesso à rede continua sendo um conceito para o público em geral, especialistas, distribuidoras e agentes do governo reafirmaram a importância de um aprofundamento maior na análise dos impactos das smart grids.
O coordenador de energia do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação, Eduardo Soriano, afirmou que ainda não há nada decidido, pois a intenção é aproveitar o desenvolvimento para gerar emprego e indústria. “Smart grid não se faz por decreto. Trata-se de um processo, uma tecnologia. E isso faz parte de um processo”, enfatizou Soriano.
Um estudo, elaborado pelo centro de gestão de estudos estratégicos do MCTI deve ser concluído no próximo mês e, segundo Soriano, servirá de base para que o governo trace ações estruturadas na área. “O ministério não quer tomar decisões sem saber onde está pisando. Não queremos nos adiantar para não errar”.
O MCTI realizou missões técnicas para a Alemanha e Reino Unido em 2011, buscando agregar novos conhecimentos à discussão. No mesmo sentido, o governo investiu em dois laboratórios para estudo, um localizado na Universidade Federal do Ceará e outro na Universidade de Brasília.
O aprofundamento parte justamente de uma perspectiva de adequação do modelo de implantação para diferentes regiões do País, que variam entre grandes polos econômicos e cidades do interior. “Às vezes é mais fácil fazer uma coisa que todo mundo usa, mas temos diferenças regionais que devem ser levadas em consideração, bem como a diferença em aportes para inovação das concessionárias. Algumas só pensam em fornecer luz, tanto que em P&D da Aneel estima-se que tenha mais de R$2 bilhões não investidos”, completou o coordenador do MCTI.
Integração - Compartilhando da mesma opinião, o Ministério da Comunicação também entende que é necessário entender o setor em seu todo, em busca do projeto mais adequado para o País - considerando a rede brasileira, o potencial da indústria e projetos de pesquisa e desenvolvimento para gerar tecnologia.
Um dos pontos que, de acordo com o secretário de Telecom do ministério, Maximiliano Martinhão, necessitam de uma revisão conceitual, de forma a estimular as redes inteligentes, é a falta de incentivo na regulação para as distribuidoras no aluguel dos postes para serviços de telecomunicações. “Apesar de ser uma política pouco importante, gera um efeito ruim na qualidade das redes para os usuários”, analisa. (Jornal da Energia)
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