quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Pinga-Fogo Setor Elétrico: Cemig, Belo Monte e Celpa

Cemig aumenta fatia em controlada do setor de gás 

A Cemig aumentou sua participação na controlada Gasmig, distribuidora de gás natural que atende todo o território mineiro.A empresa anunciou ontem que comprou a fatia de 4,38% da Gasmig detida pelo MGI, órgão de investimentos do governo do Estado de Minas Gerais, por R$ 67,2 milhões. O governo estadual é o controlador da Cemig, com 50,9% das ações votantes e 22% do capital total da companhia. Com a operação, a participação da Cemig na distribuidora de gás passou de 55,2% para 59,58%. A Petrobras é a segunda maior acionista da Gasmig, com 40% das ações. Os 0,42% restantes estão nas mãos da prefeitura de Belo Horizonte. A Cemig desembolsou R$ 3,75 por cada uma das 10.781.736 ações ordinárias (com direito a voto) e 7.132.773 ações preferenciais (sem direito a voto) adquiridas na operação de ontem. Esse valor ainda está sujeito a ajuste, a depender do resultado do laudo de avaliação das ações das Gasmig a ser elaborado por uma instituição financeira. O laudo é necessário em operações que envolvem aquisições e incorporações de ações de empresas controladas. No ano passado, a Gasmig registrou receita líquida de R$ 571 milhões, com lucro recorde de R$ 108 milhões. (Valor Econômico) 

Belo Monte avança e inicia desvio de rio 
Nos próximos dias, os operários de Belo Monte começarão a atuar na operação que prevê o desvio do rio Xingu. Será erguida a primeira "ensecadeira". Trata-se de uma barreira de pedra e terra que altera o curso do rio, para que seja feita erguida a primeira das duas barragens previstas para Belo Monte. Até duas semanas atrás, o consórcio estava proibido de mexer nas águas do rio, por conta de uma liminar movida em setembro pela Associação dos Criadores e Exportadores de Peixes Ornamentais de Altamira (Acepoat). A Justiça Federal do Pará, no entanto, derrubou a liminar e abriu caminho para que o consórcio entre no Xingu. Em junho, quando o consórcio Norte Energia recebeu o sinal verde para tocar a obra, a empresa tinha apenas 40 funcionários na área administrativa. Hoje, 4,2 mil funcionários estão dentro da floresta amazônica, tocando as operações de terraplenagem. Nos próximos seis meses, mais 3,5 mil pessoas deverão ser contratadas. Para reduzir custos e evitar os transtornos com o deslocamento de pessoas, a Norte Energia tem treinado a população local para preencher as vagas, mas nem sempre isso é possível. Do quadro de funcionários atuais, apenas dois terços vêm de Altamira e região. Os demais 33% são de cidades distantes ou de outros Estados. Com milhares de funcionários e máquinas em plena atividade, a rotina de Belo Monte tem esvaziado cada vez mais o efeito de protestos. O pico das obras de Belo Monte é previsto para 2013, quando 20 mil pessoas estarão trabalhando na construção da hidrelétrica. Apesar de ter a sua conclusão estimada para 2019, a primeira turbina da usina deverá ser ligada já em fevereiro de 2015. 

Celpa realiza testes de energia pré-paga em comunidade isolada do Pará 
A comunidade Araras, no município de Curralinho, no Arquipélago do Marajó, será a primeira do Pará, e uma das primeiras do Brasil, a ter implantado o sistema de energia pré-pago. Os medidores já foram adquiridos e os primeiros testes da nova modalidade de consumo começarão a ser feitos em janeiro do próximo ano. Ainda no primeiro semestre o sistema estará funcionando. A nova modalidade proporcionará ao consumidor a possibilidade de pagamento prévio do serviço, a exemplo do que já ocorre com a telefonia móvel. Assim, ele poderá controlar melhor seus gastos, pois o medidor informará por meio de avisos sonoros e luminosos quando os créditos estiverem próximo a se esgotarem. O consumidor também poderá comprar créditos aos poucos, de acordo com suas necessidades. A concessionária irá avaliar resultados relacionados à redução dos custos com serviços de leitura, entrega de faturas, suspensão e religação, fatores que contribuem para mitigar o impacto tarifário ao consumidor. Outro projeto-piloto de faturamento pré-pago de energia, proposto pela Celpa, já recebeu autorização da Aneel e será desenvolvido em 11 comunidades isoladas da Reserva Extrativista Verde para Sempre, no município Porto de Moz. As 220 unidades consumidoras serão atendidas por meio de duas miniusinas, uma de geração fotovoltaica e a outra híbrida fotovoltaica e diesel. Este sistema está previsto para entrar em operação no segundo semestre de 2012. O Pará é um dos estados pioneiros no Brasil em projetos experimentais de energia pré-paga em áreas remotas da zona rural. A adoção da modalidade em escala comercial depende de regulamentação da Aneel. Durante os estudos para implantação do pré-pagamento, a Aneel vai analisar os benefícios tarifários que essa opção poderá representar.


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