BRASÍLIA - Em sérias dificuldades financeiras, o grupo Bertin tenta arrancar da estatal Chesf um perdão de quase R$ 350 milhões. O passivo foi gerado pela não entrega de energia contratada pela subsidiária da Eletrobras junto a duas usinas térmicas do grupo no Nordeste - Maranacau e Borborema, com capacidade de 230 megawatts médios.
A não entrega de energia faz o Bertin dever R$ 146 milhões à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que realiza a compensação e a regulação de contratos entre vendedores, compradores e distribuidores de energia elétrica. Além disso, o grupo tenta escapar da multa de R$ 200 milhões por quebra do contrato com a Chesf.
O Bertin formou com a Chesf e a construtora Andrade Gutierrez o pelotão de frente do consórcio montado pelo Palácio do Planalto de última hora e que venceu em abril de 2010 o leilão para a construção e a gestão da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará. Por falta de fundos, o Bertin anunciou semana passada sua saída da hidrelétrica, cujo canteiro de obra já começou a ser montado.
A negociação está sendo diretamente conduzida pelo sócio majoritário do grupo, Fernando Bertin, e as principais autoridades do setor elétrico. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, convocou ontem uma reunião dos envolvidos na negociação das termelétricas, disse o presidente da Chesf, Dilton da Conti. Mas na primeira rodada não houve entendimento.
Existe um risco grande de o assunto parar na Justiça, uma vez que atualmente é melhor para a Chesf receber a multa do que repactuar o contrato. Dilton da Conti disse que está iniciando o processo de negociação. (O Globo)
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