segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Novo ciclo de revisão tarifária preocupa investidor

Metodologia proposta para o próximo ciclo deve afetar aportes e geração de caixa das empresas

As mudanças na metodologia que calcula a tarifa de energia, apresentadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), poderão dificultar a atuação das distribuidoras de energia na Bolsa em 2011. Segundo analistas, o mercado foi surpreendido com um novo índice de aumento imposto pela Aneel de nomáximo 7,15%, entre 2011 e 2014. O esperado era algo entre 8%e 8,5%. “A metodologia proposta para o próximo ciclo afeta os investimentos e a geração de caixa para empresas”, afirma Rafael Andreata, corretor da Planner.

Para Ricardo Correa da Ativa Corretora, o segmento de distribuição está passando por um momento decisivo, no qual o mercado espera maturidade regulatória. O especialista em energia elétrica avalia que, alémd a discussão em torno do terceiro ciclo da revisão tarifária, a participação das concessionárias em
grandes projetos estruturantes é acompanhada com cautela pelos acionistas. As aquisições se tornaram uma variável de risco bastante elevado”, diz. “É o destino da geração de valor dessas distribuidoras que está emjogo”, completa.

Nesse aspecto as empresas que estão se destacando são a Eletrobras e suas subsidiárias e a Companhia Paranaense de Energia (Copel). No caso da paranaense, Correa destaca o aprimoramento operacional, o que gerou uma maré de otimismo do mercado. “Os próximos trimestres serão fundamentais na agenda de geração de valor do acionista e para que a companhia mantenha gastos gerenciáveis sobre controle”, avalia.

No caso da Eletrobras, Correa destaca que a empresa vem forçando o preço dos leilões para baixo e participando de projetos que, invariavelmente, têm giro abaixo de 10% ao ano. “O setor elétrico vai crescer muito em termos de capacidade instalada, mas é empobrecedor para as empresas que participam dos projetos”, avalia.

Para o analista, geradoras privadas como a AES Tietê, MPX e Tractebel podem se beneficiar nos próximos anos já que chegarão ao período de descontratação antes da maturação desses grandes projetos. “São empresas que estarão capacitadas para se beneficiarem da elevação do preçomédio no mercado livre”, diz Correa. (Brasil Econômico)

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