domingo, 24 de outubro de 2010

Expansão das fontes renováveis diminuirá uso de térmicas em mais de 9%, diz estudo

O resultado dos leilões de reserva e de fontes alternativas, que foram promovidos em agosto e contrataram energia de parques eólicos, usinas a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) será positivo para a operação do sistema elétrico brasileiro. A antecipação da geração de energia pela hidrelétrica de Santo Antônio, que está sendo construída no rio Madeira, em Rondônia, também terá impacto no cenário energético. A consultoria Excelência Energética aponta, em um estudo que o Jornal da Energia publicou em primeira mão, que a entrada da energia desses empreendimetos na matriz vai reduzir em mais de 9% ao ano o uso das usinas termelétricas mais poluentes - movidas a gás, carvão e óleo combustível.

De acordo com os dados da Excelência Energética, que adicionou às previsões do Plano Decenal de Energia (PDE) os empreendimentos contratados no certame de renováveis e da antecipação de Santo Antônio, a geração termica até 2019 será 9,31% menor do que a originalmente prevista pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão de planejamento do Ministério de Minas e Energia.

Como o grosso dos empreendimentos renováveis vai entrar em operação a partir de 2012, é neste ano que começa a ser identificada a maior diferença em relação às expectativas da EPE. A mudança de panorama é maior nas regiões Norte e Nordete. Em 2012, por exemplo, a análise da consultoria aponta um despacho térmico 18,8% menor no Nordeste e 6,5% no Norte. Em 2016, essa redução no acionamento das termelétricas chega a 27,3% no Norte e 20,3% no Nordeste. No Sudeste/Centro-Oeste, nesse ano, a previsão é de queda de 5,9% no uso das térmicas e, no Sul, de 3,6%

As eólicas, usinas a biomassa e PCHs que passarão a gerar energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN) também vão, nas contas da Excelência Energética, reduzir em 4,99% a violação das curvas de aversão ao risco - quando a água nos reservatórios das hidrelétricas chega a um ponto considerado perigoso para o sistema. Outras consequências do aumento da participação das renováveis na matriz será o aumento nos vertimentos das hidrelétricas, de 1,28%, e da energia armazenada nos subsistemas. (Jornal da Energia)