A CPFL Energia, maior empresa privada do setor elétrico brasileiro, planeja adquirir distribuidoras de energia no país com o objetivo de aumentar sua rentabilidade e reduzir custos. O presidente da empresa, Wilson Ferreira, diz que fez proposta de compra da Elektro, distribuidora que atua no interior de São Paulo, e aguarda o fim da operação.
Ele não revelou o valor da oferta, mas o mercado calcula que esteja entre R$ 5 bilhões e R$ 7 bilhões. Além da CPFL, disputam a empresa a Cemig, a AES e a Neoenergia.
Ele diz que, com as aquisições, a empresa ganha rentabilidade e reduz custos. Isso dá competitividade para oferecer cada vez mais eficiência com tarifas mais baixas.
A CPFL possui oito distribuidoras de energia no país, a maioria no Estado de São Paulo, o que representa 13% do mercado nacional. Essa concentração é baixa se comparada a outros países com o mesmo modelo, como Reino Unido, afirma ele.
Ferreira diz que, apesar do apetite de alguns grupos por aquisições no setor de energia, não há atualmente nenhuma oferta de venda de ativo, além da Elektro.
CONCENTRAÇÃO
Dentro do conceito do aumento de concentração do setor, uma das hipóteses levantadas recentemente seria a fusão entre a CPFL e a Neoenergia, criando a "superelétrica" nacional.
A duas empresas possuem um acionista em comum, a Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que teria interesse na união das duas companhias.
Enquanto isso não ocorre, a Neoenergia e a CPFL vêm se tornando concorrentes, o que tem provocado conflito de interesses dentro da Previ. Os conselheiros do fundo na CPFL precisam sair da reunião quando a compra de outras empresas é discutida.
Também houve impasse entre os representantes da Previ nas duas empresas quando se discutiu a participação na hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, cujo leilão ocorreu em abril.
O presidente da CPFL diz que, em termos de escala, faz mais sentido para a empresa comprar a Elektro do que se unir à Neoenergia, cuja área de concessão se concentra no Nordeste brasileiro. Mas a fusão entre as duas empresas faria sentido também, já que ser grande no setor elétrico significa ser mais competitivo. Mas ele disse que não participou das conversas.
"Se ocorreram negociações para a formação dessa superelétrica, eu não participei", disse o executivo. Ferreira disse que a empresa também quer crescer em geração, disputando hidrelétricas em leilões. Hoje detém só 2% do mercado nacional de produção de energia.
"Queremos chegar a 2015 com pelo menos 5.000 megawatts de potência instalada. E só conseguiremos isso participando de hidrelétricas, pois com eólicas e biomassa não atingiremos esse patamar." Os projetos de geração da empresa somam hoje 2.300 megawatts.
Segundo o presidente da empresas, o próximo alvo é a usina de Teles Pires, com 1.800 megawatts, em Mato Grosso, a ser leiloada em dezembro. (Folha de São Paulo)