quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Artigo: Redes inteligentes de energia

Nos últimos dois anos, as discussões sobre a implantação das tecnologias de smart grids no Brasil têmavançado. A smart grid incorpora um vasto conjunto de tecnologias de sensoriamento, monitoramento, tecnologia da informação e telecomunicações para que as redes de energia elétrica operem com um desempenho melhor, possibilitando, por exemplo, identificar antecipadamente suas falhas. Com isso, a capacidade da rede elétrica de se autorrecompor diante das ocorrências que afetam seu desempenho serão praticamente instantâneas.

As redes inteligentes utilizarão tecnologia digital para monitorar e gerenciar o transporte de eletricidade a partir de todas as fontes de geração, e estarão aptas a coordenar as necessidades e capacidades de todos os geradores, operadores, usuários finais e stakeholders do mercado de eletricidade.
Algumas ações importantes para a implantação dessas tecnologias estão em curso no Brasil. Em março de 2010, a Aneel e o Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT) assinaram parceria para desenvolver uma ação coordenada na criação do padrão para medidores digitais de energia. Por meio dessa tecnologia, consumidores, distribuidoras e governo teriam mais controle de onde estão concentrados os gastos com energia.

Com mais informação, poderão ser adotadas medidas para elevar a eficiência do consumo, como, por exemplo, a cobrança pela distribuidora de tarifas diferenciadas no horário de pico e na madrugada para consumidores cativos. O medidor também permitirá a oferta de novos serviços, como a possibilidade de ligar e desligar equipamentos automaticamente.
No âmbito da parceria entre Aneel e MCT, a americana GE planeja fornecer novos equipamentos elétricos, como o medidor digital de energia. A empresa francesa Alstom também planeja fornecer equipamentos para redes inteligentes no Brasil, por meio de sua subsidiária recém-criada Alstom Grid. Outra medida para viabilizar as smart grids no Brasil foi adotada pelo Ministério de Minas e Energia em abril de 2010, coma criação de um grupo para estudar as tecnologias de redes elétricas inteligentes no Brasil.

O MME está elaborando o Plano Nacional de Eficiência Energética (Pnef), que deve descrever a estratégia a ser adotada para garantir os 10% de redução de consumo elétrico por meio do aumento da eficiência energética. O investimento em smart grid significa uma mudança profunda no modelo de negócios do setor, o que significa um desafio monumental para um segmento que pouco mudou em um século, pois o novo modelo dará mais poder ao consumidor.

Serão necessários grandes investimentos em tecnologia de informação e em automação, começando pela troca dos medidores de consumo de energia eletromecânicos por aparelhos digitais.Novas fontes de energia, preocupações com as emissões de carbono e coma tarifa de energia estão levando o setor elétrico mundial a procurar soluções práticas, que atendam às necessidades dos consumidores e produtores de energia no século XXI. A resposta parece ser as redes inteligentes. (Brasil Econômico - Autor: Adriano Pires)