terça-feira, 14 de setembro de 2010

Expansão térmica sem garantias

O modelo de contratação de termelétricas por meio de leilões não garante efetivamente a expansão do sistema, aponta estudo do Gesel/UFRJ. O estudo baseia-se principalmente no bloco de usinas do consórcio MC2 contratado nos leilões de 2008.

De acordo com o trabalho, dos 16.999 MW de capacidade instalada de termelétricas previstas para entrar em operação de 2010 a 2015, apenas 4.647 MW não apresentam restrições e deverão entrar em operação no prazo determinado inicialmente. Dentre os empreendimentos atrasados, 21 usinas (4.500 MW) pertencem ao consórcio MC2, do grupo Cibe Participações, originalmente controlado pela Bertin e Equipav. Os investimentos nesses projetos são estimados em R$ 10 bilhões.

Segundo o Gesel/UFRJ, o atraso das termelétricas põe em risco a expansão do sistema e impacta diretamente a formação do PLD. Além disso, os pesquisadores alertam para problemas ocasionados pela concentração de muitas usinas numa mesma região, como é o caso dos empreendimentos da MC2, cuja grande maioria está situada num mesmo sítio no Nordeste. A região não tem sistema de transmissão adequado para transportar esse bloco de energia nem comportará a logística de combustíveis necessária para atender todas as usinas caso elas sejam acionadas ao mesmo tempo.

“A situação atual traz uma certa insegurança ao sistema. O problema maior é garantir a expansão da oferta de energia. Cabe à Aneel um controle mais efetivo do cronograma dos projetos. Hoje o acompanhamento é muito formal. É preciso ter um controle do andamento físico das obras”, avalia o coordenador do Gesel/UFRJ, o professor Nivalde de Castro. (EnergiaHoje)
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