terça-feira, 10 de agosto de 2010

Segurança energética deve gerar encargos no valor de R$ 600 milhões

SÃO PAULO - O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp, afirmou ontem, em São Paulo, que se a hidrologia no País continuar no atual ritmo, a conta de Encargos de Serviços do Sistema (ESS) deverá alcançar R$ 600 milhões este ano, somente para a segurança energética. Poderá, no entanto, ser ainda maior por causa das restrições elétricas, isto é, quando um sistema como uma linha de distribuição não tem funcionamento adequado. Segundo ele, o montante da ESS, até agora, está em R$ 200 milhões.

Apesar do aumento do custo que será repassado aos consumidores, Chipp não acredita em um valor mais elevado. Segundo ele, o custo marginal de operação, que determina quais usinas devem entrar em funcionamento de acordo com o custo de geração, não deverá ser alcançado. Segundo o executivo, a proposta de leilões regionalizados por fonte de geração, para evitar gargalos como os já existentes na Região Sul, poderá ocorrer apenas no ano que vem. Aliás, esta região brasileira é a que possui o maior problema no cenário de 2014.

O ONS trabalha com uma perspectiva de déficit de energia nos estados do sul do País, da ordem de 1,450 mil megawatts (MW) médios, daqui a quatro anos. Essa necessidade de energia é compensada pela sobra do insumo no nordeste, que para os próximos anos deverá alcançar 7,121 mil MW médios. Na média, disse Chipp, o Brasil terá uma sobra de 4,061 mil MW médios em 2014.

Expansão
A carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) deve crescer em torno de 7,5% a 8% em 2010, afirmou Hermes Chipp. "A carga deve crescer um pouco mais do que o projetado anteriormente, entre 7,5% e 8%. Acredito que fique mais próximo dos 7,5%", disse o executivo, que participou do 11º Encontro Internacional de Energia, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). A carga é o somatório do consumo de energia e das perdas de energia de transmissão. A previsão anterior do ONS era de que a carga de energia do País crescesse 7,2%, para 55,996 mil MW médios. Essa projeção, no entanto, considerava um Produto Interno Bruto (PIB) de 6%, abaixo da previsão oficial do governo federal, que é um pouco superior a 7%. O executivo lembrou, contudo, que o forte crescimento também é explicado por uma base de comparação mais baixa, já que o ano de 2009 foi afetado pela crise econômica global. Chipp voltou a defender a realização de leilão de energia térmica específico para a Região Sul. Para ele, essa medida permitiria compensar o déficit no balanço de energia projetado entre a oferta e a demanda até 2014 para a região.

O contrato de concessão para a Usina Hidroelétrica de Belo Monte, uma das principais obras da expansão de geração de energia do Brasil, deverá ser assinado ainda este mês. Essa é a previsão do governo, segundo disse ontem o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), José Antônio Coimbra. Já a carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) deve crescer em torno de 7,5% a 8% em 2010, disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Hermes Chipp. A Eletropaulo disse ontem que investirá R$ 700 milhões. (Fonte: DCI)
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