O tripé da segurança no suprimento de eletricidade no Sistema Interligado Nacional (SIN), da modicidade tarifária e do fortalecimento das fontes alternativas na matriz elétrica marcou o 3º leilão de reserva e o 2º leilão de fontes alternativas realizados em 25 e 26 de agosto na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). Os resultados consolidados dos certames nos revelam a maior contratação de energia oriunda de fontes alternativas já realizada no País por meio de leilões. Foram contratados 89 empreendimentos nos dois leilões, com potência de 2.892 megawatts (MW) e garantia física de 1.311 MW, reunindo usinas eólicas, a biomassa e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH).
O fôlego competitivo da fonte eólica surpreendeu, respondendo por 70,8% da potência (2.047,8 MW) dos empreendimentos vendedores - para efeito de comparação, a capacidade eólica hoje instalada no País é de 794 MW. Além do expressivo volume, a geração eólica apresentou deságio agressivo: 19,62% no leilão de fontes alternativas e 26,5% no de reserva, neste último alcançando preço médio de R$ 122,69 o megawatt-hora (MWh). Vale ter em mente que o preço médio dos leilões foi de R$ 133,56 o MWh, considerando biomassa e PCH, além das eólicas. Os certames foram realizados pela CCEE, sob delegação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A competição acirrada foi prenunciada na fase pré-leilão, com o número expressivo de empreendimentos habilitados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e confirmado nos preços finais e no pleno atendimento da demanda. Completando o resultado, as PCHs foram contratadas a um preço médio de R$ 141,93/MWh, representando 5% da potência nova total (131,5 MW), enquanto as térmicas a biomassa fecharam com preço médio de R$ 144,20/MWh, com 24,65% de potência nova (712,9 MW).
A realização das duas disputas comprovou a robustez operacional na plataforma de leilões. Em dois dias tivemos, em média, 400 participantes habilitados conectados simultaneamente, um número quatro vezes maior do que o aferido nos leilões anteriores. O sistema passou por outro teste de estresse porque esse volume elevado foi repetido por quatro vezes, considerando-se a fase 1 leilão de reserva, a fase 2, o leilão de fontes alternativas e o leilão de reserva fase 3. Levando-se em conta o público em geral, e não apenas os investidores, chegamos a picos de 4.000 conexões simultâneas acessando a mesma tela do leilão. Uma marca inédita e que não comprometeu a execução do certame.
Além do grande número de empreendimentos habilitados, pela primeira vez trabalhou-se com a oferta simultânea de fontes alternativas diversas, com vendedores de energia oriunda de biomassa, fonte eólica e PCH fazendo seus lances ao mesmo tempo. Nas disputas anteriores, essas fontes participavam de um mesmo leilão, entretanto, com o início da negociação de seu produto vinculado ao término do produto da fonte anterior.
Essa mudança denota o amadurecimento no processo de contratação de energia por meio de leilões. A evolução não é apenas tecnológica, inclui sistemática e, mais ainda, modelagem. A competição a que assistimos foi uma conseqüência desse aperfeiçoamento. Condições de contratação seguras atraem o investidor, incrementam a segurança no suprimento e beneficiam o consumidor. Todos saem ganhando. O 1º leilão de energia proveniente de empreendimentos existentes, em 2004, foi, sem dúvida, exitoso. Mas, àquela época, pensar em viabilizar disputas nos moldes que fizemos na última semana de agosto não passava de um exercício criativo. E que hoje realizamos. *Presidente do Conselho de Administração da CCEE. (CCEE News)
O fôlego competitivo da fonte eólica surpreendeu, respondendo por 70,8% da potência (2.047,8 MW) dos empreendimentos vendedores - para efeito de comparação, a capacidade eólica hoje instalada no País é de 794 MW. Além do expressivo volume, a geração eólica apresentou deságio agressivo: 19,62% no leilão de fontes alternativas e 26,5% no de reserva, neste último alcançando preço médio de R$ 122,69 o megawatt-hora (MWh). Vale ter em mente que o preço médio dos leilões foi de R$ 133,56 o MWh, considerando biomassa e PCH, além das eólicas. Os certames foram realizados pela CCEE, sob delegação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
A competição acirrada foi prenunciada na fase pré-leilão, com o número expressivo de empreendimentos habilitados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e confirmado nos preços finais e no pleno atendimento da demanda. Completando o resultado, as PCHs foram contratadas a um preço médio de R$ 141,93/MWh, representando 5% da potência nova total (131,5 MW), enquanto as térmicas a biomassa fecharam com preço médio de R$ 144,20/MWh, com 24,65% de potência nova (712,9 MW).
A realização das duas disputas comprovou a robustez operacional na plataforma de leilões. Em dois dias tivemos, em média, 400 participantes habilitados conectados simultaneamente, um número quatro vezes maior do que o aferido nos leilões anteriores. O sistema passou por outro teste de estresse porque esse volume elevado foi repetido por quatro vezes, considerando-se a fase 1 leilão de reserva, a fase 2, o leilão de fontes alternativas e o leilão de reserva fase 3. Levando-se em conta o público em geral, e não apenas os investidores, chegamos a picos de 4.000 conexões simultâneas acessando a mesma tela do leilão. Uma marca inédita e que não comprometeu a execução do certame.
Além do grande número de empreendimentos habilitados, pela primeira vez trabalhou-se com a oferta simultânea de fontes alternativas diversas, com vendedores de energia oriunda de biomassa, fonte eólica e PCH fazendo seus lances ao mesmo tempo. Nas disputas anteriores, essas fontes participavam de um mesmo leilão, entretanto, com o início da negociação de seu produto vinculado ao término do produto da fonte anterior.
Essa mudança denota o amadurecimento no processo de contratação de energia por meio de leilões. A evolução não é apenas tecnológica, inclui sistemática e, mais ainda, modelagem. A competição a que assistimos foi uma conseqüência desse aperfeiçoamento. Condições de contratação seguras atraem o investidor, incrementam a segurança no suprimento e beneficiam o consumidor. Todos saem ganhando. O 1º leilão de energia proveniente de empreendimentos existentes, em 2004, foi, sem dúvida, exitoso. Mas, àquela época, pensar em viabilizar disputas nos moldes que fizemos na última semana de agosto não passava de um exercício criativo. E que hoje realizamos. *Presidente do Conselho de Administração da CCEE. (CCEE News)
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