terça-feira, 31 de agosto de 2010

Abeeólica ainda vê necessidade de leilões exclusivos

Apesar do bom resultado nos leilões de fontes alternativas e de energia de reserva, que terminaram com domínio dos parques eólicos sobre as pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas a biomassa, o setor ainda pede por certames exclusivos, como o realizado em dezembro passado. Na ocasião, os empreendimentos da fonte alcançaram uma tarifa média de R$148 por MWh, contra R$130,86 de média nas licitações da semana passada.

"Há necessidade, sim, de um leilão específico, para que a gente consiga garantir um volume de contratação para que esses preços baixos sejam sustentáveis através do tempo. Não vamos ter, daqui pra frente, uma série de condições que apareceram neste certame", argumenta o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Ricarco Simões. A possibilidade desses certames únicos, porém, foi afastada pelo governo. Após os leilões, o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou que as próximas licitações devem novamente colocar as fontes para concorrer juntas. A avaliação é de que o modelo tem obtido sucesso e contribuído para a modicidade tarifária.

Entre os fatores que Ricardo Simões, da Abeeólica, acredita que influenciaram no preço apresentado no último certame e que talvez não se repitam está o real valorizado frente a moedas como o dólar e o euro. Outros pontos também citados são "a enorme competição nos dois certames" e os efeitos da crise internacional que ainda pairam sobre a economia global. "O resto do mundo está estagnado, principalmente a Europa, com taxas de crescimento baixas. O Brasil está sendo bastante atrativo, o que fez com que os grandes produtores de equipamentos eólicos se voltassem para o País de forma estratégica".

O presidente da Abeeólica também elogiou a "segurança jurídica fantástica" do Brasil, que teria ajudado a atrair a confiança dos empreendedores. "Passamos por duas mudanças de governo e todos os contratos foram respeitados. Isso começa a repercutir nos preços", avalia. (Jornal da Energia)