quarta-feira, 5 de maio de 2010

Matriz seguirá com grande participação de energias renováveis em 2019

Matriz seguirá com grande participação de energias renováveis em 2019 A expansão da oferta interna de energia brasileira até 2019 não deverá trazer grandes alterações na participação das fontes renováveis na matriz energética. De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia 2019 (PDE 2019), divulgado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), a fatia dos renováveis terá um leve recuo, dos 48,3% previstos para este ano, para 47,8% em 2019. Em contrapartida, as fontes não renováveis pularão de 51,7% para 52,2% no mesmo período.

"O nível (de renováveis na matriz energética) no Brasil já é muito elevado. Podemos continuar crescendo a oferta, mas não temos como subir para sempre", frisou o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, que destacou a expectativa de crescimento da participação do carvão mineral e derivados, com salto previsto de 5,5% este ano para 7,4% em 2010.

"A siderurgia está explodindo. Fomos bastante conservadores, porque é impressionante a expansão do parque siderúrgico", acrescentou.

Segundo o estudo, também deverão aumentar a participação na matriz o gás natural, de 9,8% para 12,2%; os derivados da cana-de-açúcar, de 20,3% para 21,5%; e outras fontes renováveis, de 3,2% para 3,7%. Já as fontes hídricas deverão ver a fatia na matriz cair de 14% para 12,7% no período, apesar da expansão esperada de 35.245 MW da potência instalada das hidrelétricas. A participação do petróleo e derivados deverá recuar de 35% para 31%.

Tolmasquim explicou que apenas um terço do potencial hidráulico para geração no país fica fora da região Norte. A expectativa é de que sejam leiloados 11.418 MW a partir deste ano para entrada em operação entre 2014 e 2016.

Desse total, 10.188 MW, todos dependentes de licenciamento ambiental, ficam na região Norte. Oito usinas estão previstas para serem leiloadas este ano, mas a expectativa da EPE é que a unidade de Ferreira Gomes também seja colocada em um dos dois leilões de A-5 previstos para 2010. Para o ano que vem, seria a vez de São Luiz do Tapajós, com potência de 6.133 MW.

O executivo explicou ainda que as cinco usinas no rio Parnaíba que deverão ser leiloadas este ano praticamente esgotam o potencial hidrelétrico da região Nordeste. Tolmasquim lembrou que o Norte é realmente a grande fronteira para hidrelétricas no país e a projeção da EPE aponta para mais 8.262 MW de potência que deverão entrar em operação na região entre 2017 e 2019, de um total de 10.733 MW para todo o país.

Para isso, serão necessários maiores precauções ambientais, como a idealização das"usinas plataforma", que não promoverão a ocupação dos arredores das unidades. "A construção (de usinas) na Amazônia significa mais cuidado, Sem dúvida, o processo é mais complexo para a região, que possui 66% do potencial hidrelétrico ainda por explorar", destacou Tolmasquim. (Valor Econômico)