terça-feira, 6 de abril de 2010

Associação estima até 1,5 GW de pequenas hidroelétricas em leilão

A Associação Brasileira dos Pequenos e Médios Produtores de Energia Elétrica (APMPE) estima que devem ser ofertados entre 1.000 MW e 1.500 MW provenientes de pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) no próximo leilão de fontes alternativas - que terá ainda produtos para eólicas e biomassa, a ser realizado neste primeiro semestre.

"É o que temos, em média, em projetos com condições para se habilitarem ao leilão", explicou o diretor executivo da entidade, Fábio Dias, que lembrou que a APMPE, assim como as associações que representam as outras fontes, sempre desejaram que o certame dividisse essas formas de geração em lotes distintos, assim como publicou o Ministério de Minas e Energia na portaria nº 407.

Por determinação do MME, as PCHs serão licitadas num produto com início de suprimento em setembro de 2013. "Comparar pequenas hidroelétricas com eólicas acaba criando uma confusão, até porque as eólicas têm incentivos tributários diferentes. Por isso hoje se tornaram mais baratos", ressaltou Dias. Pelas estimativas do setor, um preço viável para a biomassa hoje seria entre R$165 a R$ 170 o MWh - o último leilão de energia eólica teve uma média abaixo de R$ 150 por MWh.

No caso da geração a partir da biomassa, o presidente da Associação da Indústria de Co-geração de Energia (Cogen), Carlos Silvestrin, acredita que o certame irá contemplar a previsão da entidade de que serão licitados cerca de 1.000MW por ano na próxima década. "Devemos ter cerca de 1GW inscritos no leilão. E seguimos pleiteando espaços para comercialização, que sejam leilões de reserva, A-3, de ajuste, mercado livre", listou.

O segmento comemora ainda o fato do ministério ter dividido a fonte em três produtos, com suprimentos para 2011, 2012 e 2013. "O escalonamento permite que você tenha um crescimento da oferta e ainda agregar a produção em função do ciclo agrícola", ressaltou Silvestrin. Sobre o preço, o presidente reforçou que o setor tem pedido os mesmos incentivos dados às eólicas, que hoje têm o preço mais competitivo. "No último leilão de reserva para biomassas, em 2008, o preço foi de R$ 157 o MWh", lembrou.

Os parques eólicos também terão apenas um produto com início de suprimento em 2013. O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiuza, disse em matéria recente do DCI que estima mais de 13.000MW da fonte inscritos no leilão, número que poderia superar os cadastrados no evento de dezembro - na ocasião, foram contratados 1,8GW.

Entidade do setor elétrico estima que devem ser ofertados 1.500 MW (1,5 GW) provenientes de pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) no próximo leilão de fontes alternativas. (DCI)