RIO DE JANEIRO (Reuters) - Os investimentos no setor elétrico brasileiro deverão somar 100 bilhões de reais de 2010 a 2013 e o BNDES deve financiar até 60 por cento desse montante, afirmou à Reuters nesta segunda-feira o gerente do Departamento de Energia do banco de fomento, Alexandre Esposito.
A usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingú (PA), um dos principais projetos programados para o período, deverá absorver cerca de 12 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se for confirmado o orçamento de 20 bilhões de reais para toda a obra.
Em meio ao noticiário sobre possíveis movimentos de consolidação no setor elétrico, sobretudo no segmento de distribuição, o executivo do BNDES acredita que o grande porte dos grupos dificulta a tomada de decisões rapidamente.
Sobre a Brasiliana, holding que controla a AES Eletropaulo e a AES Tietê e na qual o BNDES detém fatia de 49,99 por cento, Esposito disse, sem dar muitos detalhes, que a intenção do banco de fomento já era de se desfazer da posição desde antes da crise financeira global que ocorreu entre 2008 e 2009. "Se saísse agora, o banco teria um bom lucro. Mas depende da hora que vai vender", afirmou.
A AES Brasil, que possui 50,01 por cento da Brasiliana, tem direito de preferência para compra da fatia do BNDES na holding se o banco decidir vender suas ações. Na avaliação de Esposito, embora conversas envolvendo vários grupos do setor já tenham sido iniciadas a respeito de consolidação, isso ainda deve demorar no segmento de distribuição de energia.
"Não vai ser muito rápida (a consolidação)... Vai depender muito da força e do apetite de cada um", observou. "O cenário ainda é muito incerto e eu não apostaria em nenhum prazo." Segundo ele, o papel do BNDES no momento é de mero espectador, já que não financia aquisições. "Depois do negócio feito, os grupos devem vir nos procurar, mas por enquanto não tem nada", assegurou.
Ele vem observando que a Cemig tem uma postura agressiva nesse processo e deve ser uma das consolidadoras, assim como a Camargo Corrêa, por meio da CPFL. A grande surpresa, na avaliação de Esposito, foi o ressurgimento da norte-americana AES, "que de vendedora dos seus ativos aqui passou a compradora", disse, referindo-se a recentes declarações da companhia do desejo de se expandir no Brasil.
Na última sexta-feira, o presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, disse que o grupo tem interesse em ampliar a posição na Brasiliana, mas que o BNDES não se manifestou formalmente nos últimos tempos sobre o desejo de sair da holding.
Ainda como parte da expectativa de consolidação do setor, empresas como Ampla e Neoenergia são alvos, com a primeira na mira da Cemig e a segunda candidata à união com a CPFL. Tudo dependerá, porém, das conversas em andamento, que podem colocar a Neoenergia também na mira da estatal mineira. Já a Eletrobrás, em plena reestruturação e com planos de ser a "Petrobras do setor elétrico", ficará de fora da festa, na avaliação de Esposito, concentrada na geração de energia.
"A Eletrobrás não vai atuar (na consolidação), vai atuar na estratégia do governo de ser parceira, e não competidora." De 2003 a 2009, o BNDES financiou 60,7 bilhões de reais entre projetos de geração, transmissão e distribuição, parte relevante de investimentos que somaram 105 bilhões de reais. Apenas no ano passado, o BNDES emprestou 15,5 bilhões de reais para projetos do setor elétrico, abaixo dos 16,7 bilhões de reais de 2008 e acima dos 12,5 bilhões de reais em 2007. (O Globo)
A usina hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingú (PA), um dos principais projetos programados para o período, deverá absorver cerca de 12 bilhões de reais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se for confirmado o orçamento de 20 bilhões de reais para toda a obra.
Em meio ao noticiário sobre possíveis movimentos de consolidação no setor elétrico, sobretudo no segmento de distribuição, o executivo do BNDES acredita que o grande porte dos grupos dificulta a tomada de decisões rapidamente.
Sobre a Brasiliana, holding que controla a AES Eletropaulo e a AES Tietê e na qual o BNDES detém fatia de 49,99 por cento, Esposito disse, sem dar muitos detalhes, que a intenção do banco de fomento já era de se desfazer da posição desde antes da crise financeira global que ocorreu entre 2008 e 2009. "Se saísse agora, o banco teria um bom lucro. Mas depende da hora que vai vender", afirmou.
A AES Brasil, que possui 50,01 por cento da Brasiliana, tem direito de preferência para compra da fatia do BNDES na holding se o banco decidir vender suas ações. Na avaliação de Esposito, embora conversas envolvendo vários grupos do setor já tenham sido iniciadas a respeito de consolidação, isso ainda deve demorar no segmento de distribuição de energia.
"Não vai ser muito rápida (a consolidação)... Vai depender muito da força e do apetite de cada um", observou. "O cenário ainda é muito incerto e eu não apostaria em nenhum prazo." Segundo ele, o papel do BNDES no momento é de mero espectador, já que não financia aquisições. "Depois do negócio feito, os grupos devem vir nos procurar, mas por enquanto não tem nada", assegurou.
Ele vem observando que a Cemig tem uma postura agressiva nesse processo e deve ser uma das consolidadoras, assim como a Camargo Corrêa, por meio da CPFL. A grande surpresa, na avaliação de Esposito, foi o ressurgimento da norte-americana AES, "que de vendedora dos seus ativos aqui passou a compradora", disse, referindo-se a recentes declarações da companhia do desejo de se expandir no Brasil.
Na última sexta-feira, o presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, disse que o grupo tem interesse em ampliar a posição na Brasiliana, mas que o BNDES não se manifestou formalmente nos últimos tempos sobre o desejo de sair da holding.
Ainda como parte da expectativa de consolidação do setor, empresas como Ampla e Neoenergia são alvos, com a primeira na mira da Cemig e a segunda candidata à união com a CPFL. Tudo dependerá, porém, das conversas em andamento, que podem colocar a Neoenergia também na mira da estatal mineira. Já a Eletrobrás, em plena reestruturação e com planos de ser a "Petrobras do setor elétrico", ficará de fora da festa, na avaliação de Esposito, concentrada na geração de energia.
"A Eletrobrás não vai atuar (na consolidação), vai atuar na estratégia do governo de ser parceira, e não competidora." De 2003 a 2009, o BNDES financiou 60,7 bilhões de reais entre projetos de geração, transmissão e distribuição, parte relevante de investimentos que somaram 105 bilhões de reais. Apenas no ano passado, o BNDES emprestou 15,5 bilhões de reais para projetos do setor elétrico, abaixo dos 16,7 bilhões de reais de 2008 e acima dos 12,5 bilhões de reais em 2007. (O Globo)