terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Concessionárias de energia de São Paulo vão ter que explicar quedas no fornecimento

São Paulo - As concessionárias de energia têm 30 dias para esclarecer as quedas no fornecimento de energia elétrica ocorridas durante as fortes chuvas que atingem o estado desde dezembro. Com o temporal da última quinta-feira (4) 16 bairros da capital ficaram sem luz. Problemas semelhantes também ocorreram em outras cidades do estado, como São Roque, Atibaia e Mairinque.

O prazo foi definido em uma reunião, na tarde de ontem (8), com a participação do secretário de Justiça e Defesa da Cidadania, Luiz Antonio Marrey, da secretária de Saneamento e Energia Dilma Pena, do diretor executivo da Fundação Procon-SP, Roberto Pfeiffer, e de representantes das concessionárias de energia no estado.

Os maiores transtornos ocorreram, segundo Marrey, na capital, sob responsabilidade da AES Eletropaulo.“O fato é que depois de uma grande chuva nos tivemos áreas de São Paulo que ficaram mais de 24h sem energia elétrica. Nós entendemos que a falta de energia elétrica por esse período prolongado é inadmissível”, disse após o encontro.

O pedido de explicações é o início de um processo que, de acordo com o diretor do Procon, Roberto Pfeiffer, pode resultar em multa de até R$ 3 milhões caso fique comprovado que as empresas não tomaram as medidas necessárias para realizar a religação da energia em um período mais curto.

Segundo o secretário de Justiça, Luiz Antonio Marrey, as concessionárias alegaram que as longas interrupções no fornecimento ocorreram porque havia dificuldade das equipes em chegar aos locais onde as linhas de transmissões foram danificadas. Ainda de acordo com Marrey, as empresas disseram que aumentaram o número de equipes de manutenção.

As explicações prévias apresentadas pelas concessionárias não convenceram o secretário.“Nas narrativas que nós tivemos, muitos bairros que ficaram sem energia são bairros totalmente centrais da cidade. Não é que o bairro estivesse debaixo de 2 metros de água que as equipes tivessem dificuldade de chegar. Assim a minha primeira opinião, sem receber ainda as informações detalhadas, não me convencem como justificativas para 24h de interrupção”, disse.

Sobre os investimentos de prevenção e melhoria da rede de abastecimento, o secretario se limitou a dizer que vai aguardar as informações das empresas para fazer uma avaliação.

O fato da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) não ter se manifestado sobre os problemas no fornecimento de energia em São Paulo também foi criticado por Marrey. “Nós estamos fazendo aqui da ótica dos consumidores e dos usuários aquilo que o estado tem poder e tem dever de fazer. Mas existe uma autoridade federal para tratar desse assunto e nós gostaríamos que eles se somassem a essa preocupação”. Afirmou. Os representantes das concessionárias de energia deixaram a reunião sem falar à imprensa. [Agência Brasil]