quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Falta política de recursos humanos no setor nuclear, diz professor da COPPE/UFRJ

O professor e vice-diretor da COPPE/UFRJ, Aquilino Senra, voltou a defender terça-feira (19) a necessidade da formação de recursos humanos para atender o programa nuclear brasileiro. Segundo ele, as universidades não podem "sair formando pessoal se não há política de absorção para o setor".

De acordo com Senra, não há clareza de quantos profissionais o setor nuclear dispõe atualmente e futuramente. "Logicamente, toda empresa ou instituição tem essas informações, mas isso não ocorre de forma centralizada", criticou.

Senra também atentou para a inexistência de excesso de profissionais da área no Brasil e no mundo, e explicou que nas décadas de 80 e 90 pouco se investiu na geração nuclear.

"Há, atualmente, uma competição muito grande por engenheiros que, até então, não existia no mercado. Por isso, temos que criar mecanismos para atrair os novos alunos, se não corre-se o risco desses profissionais migrarem para outras áreas, principalmente para o petróleo, por causa da falta de valorização do setor", frisou o professor, que partipou do Seminário Nacional de Energia Nuclear, realizado no Rio de Janeiro.

"O que eu temo que ocorra com a construção das novas usinas nucleares, do Reator Multipropósito Brasileiro, do submarino nuclear brasileiro é que nós sejamos obrigados a internacionalizar esses projetos por falta de recursos humanos no País", concluiu o vice-diretor do COPPE/UFRJ.

CNEN ainda aguarda resposta sobre Agência Nuclear
A Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) ainda espera por uma resposta do governo sobre a criação da agência reguladora específica para tratar do setor nuclear no Brasil. A informação é do diretor de Radioproteção e Segurança da CNEN, Laércio Vinhas.

"A Presidência da CNEN encaminhou para o Ministério da Ciência e Tecnologia. A partir daí foi distribuído para os vários outras pastas interessadas e estamos aguardando", afirmou, após palestra no Seminário Nacional de Energia Nuclear, no Rio de Janeiro. "Esperamos que seja em breve", acrescentou.

Durante a palestra realizada terça-feira (19) no Clube de Engenharia, Vinhas explicou que o órgão funcionaria nos mesmos moldes das agência reguladoras já existentes, como a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional do Petróleo (ANP), entre outras. [Setorial News]