São Paulo - O discurso até o ano passado era de comprar a parte do BNDESPar na Brasiliana (holding que abriga a AES Tietê e a Eletropaulo) e fazer a expansão obrigatória da Tietê no Estado de São Paulo. E isso já exigiria alguns bilhões de reais. O discurso mudou. Ficou muito mais ousado, desafiando todos os grandes grupos que despontaram nos últimos tempos como compradores da Eletropaulo e da Tietê. O presidente da AES Brasil, Britaldo Soares, fala agora em comprar outras distribuidoras fora do guarda-chuva da Brasiliana, além de planos para crescer em geração hidrelétrica e termelétrica.
Se é só discurso, isso só o tempo dirá. Mas Soares dá todas essas declarações apenas dois meses depois de o fundo soberano chinês ter desembarcado na AES Corp, comprando 15% das ações da companhia por US$ 2 bilhões. Esse fundo administra um capital de US$ 300 bilhões, e deixou a AES em uma situação confortável após uma crise financeira. Soares se mostra muito confiante ao dizer que a página está virada e que agora é hora de crescer. Ele se refere ao acordo em torno da dívida que a empresa ainda tinha com o BNDES e que foi resolvida com a venda das ações que detinha na Cemig para a Andrade Gutierrez , que assumiu a dívida de R$ 2,1 bilhões. Mas os planos de crescimentos não foram discutidos com o governo. "Vai chegar a hora de sentarmos para conversar", diz Soares.
"Queremos capturar crescimento com sinergia", diz ele, se referindo a oportunidades de negócio para expandir a atuação da Eletropaulo, a maior distribuidora do país, e a da AES Sul, que atende parte do estado do Rio Grande do Sul, em regiões próximas de suas áreas de concessão. A Elektro é um alvo? "Não posso negar que tenho carinho especial pela Elektro", diz Soares, lembrando os seis anos que passou na empresa como vice-presidente financeiro. Mas estão no radar da companhia também as distribuidoras do grupo português EDP, principalmente a Bandeirante Energia, com área de concessão próxima a da Eletropaulo.
Dessa forma, a AES se põe no caminho de seus concorrentes, principalmente da CPFL que chegou a tentar a compra da Elektro no ano passado e era candidata, em 2007, a adquirir a parte do BNDES na Brasiliana. Sem falar nas construtoras. A Camargo Corrêa, dona da CPFL, e a Odebrecht cobiçam os ativos dos americanos. "Não recebemos nenhuma proposta de compra", diz.
Em distribuição a AES quer crescer fora da holding Brasiliana, a não ser que o BNDES decida vender sua parte e deixar a sociedade firmada em um dos acertos de contas feito com os americanos. Mas na geração, a ideia é usar a AES Tietê, que tem o banco como sócio, e hoje gera caixa e distribui 100% de dividendos pois não tem investimentos e seu endividamento é baixo. "A Tietê tem capacidade para dobrar de tamanho", diz Britaldo. A empresa de geração tem usinas com capacidade de gerar 2,7 mil megawatts (MW).
Os esqueletos da AES no Brasil parecem ter se resolvido, mas ainda falta o desfecho de uma disputa bilionária com a Companhia de Transmissão Paulista. As duas tentam se eximir de uma dívida com a Eletrobrás feita ainda na época em que as duas companhias pertenciam à Cesp. O direito de receber da Eletrobrás é líquido e certo, só não se sabe quem pagará a conta.
De qualquer forma, os outros problemas acabaram. A sangria do caixa da AES Uruguaiana está contida - a empresa teve que zerar seus contratos por falta de gás na Argentina e chegou a gerar prejuízo, em um único ano, de R$ 600 milhões. A dívida com o BNDES foi quitada. E o plano de expansão da Tietê, obrigatoriedade do edital de privatização, está caminhando - a empresa está na fase inicial dos estudos para implantação de uma usina termelétrica a gás com capacidade de gerar 500 MW e que vai exigir R$ 1 bilhão. Além disso, questões com o fisco também foram reconhecidos. Em novembro, a Eletropaulo aderiu ao Refis para saldar dívida de R$ 910 milhões. [ Valor Econômico]
Se é só discurso, isso só o tempo dirá. Mas Soares dá todas essas declarações apenas dois meses depois de o fundo soberano chinês ter desembarcado na AES Corp, comprando 15% das ações da companhia por US$ 2 bilhões. Esse fundo administra um capital de US$ 300 bilhões, e deixou a AES em uma situação confortável após uma crise financeira. Soares se mostra muito confiante ao dizer que a página está virada e que agora é hora de crescer. Ele se refere ao acordo em torno da dívida que a empresa ainda tinha com o BNDES e que foi resolvida com a venda das ações que detinha na Cemig para a Andrade Gutierrez , que assumiu a dívida de R$ 2,1 bilhões. Mas os planos de crescimentos não foram discutidos com o governo. "Vai chegar a hora de sentarmos para conversar", diz Soares.
"Queremos capturar crescimento com sinergia", diz ele, se referindo a oportunidades de negócio para expandir a atuação da Eletropaulo, a maior distribuidora do país, e a da AES Sul, que atende parte do estado do Rio Grande do Sul, em regiões próximas de suas áreas de concessão. A Elektro é um alvo? "Não posso negar que tenho carinho especial pela Elektro", diz Soares, lembrando os seis anos que passou na empresa como vice-presidente financeiro. Mas estão no radar da companhia também as distribuidoras do grupo português EDP, principalmente a Bandeirante Energia, com área de concessão próxima a da Eletropaulo.
Dessa forma, a AES se põe no caminho de seus concorrentes, principalmente da CPFL que chegou a tentar a compra da Elektro no ano passado e era candidata, em 2007, a adquirir a parte do BNDES na Brasiliana. Sem falar nas construtoras. A Camargo Corrêa, dona da CPFL, e a Odebrecht cobiçam os ativos dos americanos. "Não recebemos nenhuma proposta de compra", diz.
Em distribuição a AES quer crescer fora da holding Brasiliana, a não ser que o BNDES decida vender sua parte e deixar a sociedade firmada em um dos acertos de contas feito com os americanos. Mas na geração, a ideia é usar a AES Tietê, que tem o banco como sócio, e hoje gera caixa e distribui 100% de dividendos pois não tem investimentos e seu endividamento é baixo. "A Tietê tem capacidade para dobrar de tamanho", diz Britaldo. A empresa de geração tem usinas com capacidade de gerar 2,7 mil megawatts (MW).
Os esqueletos da AES no Brasil parecem ter se resolvido, mas ainda falta o desfecho de uma disputa bilionária com a Companhia de Transmissão Paulista. As duas tentam se eximir de uma dívida com a Eletrobrás feita ainda na época em que as duas companhias pertenciam à Cesp. O direito de receber da Eletrobrás é líquido e certo, só não se sabe quem pagará a conta.
De qualquer forma, os outros problemas acabaram. A sangria do caixa da AES Uruguaiana está contida - a empresa teve que zerar seus contratos por falta de gás na Argentina e chegou a gerar prejuízo, em um único ano, de R$ 600 milhões. A dívida com o BNDES foi quitada. E o plano de expansão da Tietê, obrigatoriedade do edital de privatização, está caminhando - a empresa está na fase inicial dos estudos para implantação de uma usina termelétrica a gás com capacidade de gerar 500 MW e que vai exigir R$ 1 bilhão. Além disso, questões com o fisco também foram reconhecidos. Em novembro, a Eletropaulo aderiu ao Refis para saldar dívida de R$ 910 milhões. [ Valor Econômico]