quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Leilão de energia A-5 deve ter poucas térmicas a gás, diz EPE

O leilão de energia A-5 marcado para 28 de novembro não deve ter grande número de térmicas a gás natural, já que a maioria dos projetos inscritos não conseguiu comprovar contratação de gás, disse o diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda Farias.

Ele não quis adiantar o número exato de projetos habilitados mas confirmou que as térmicas Azulão (104 MW), da Petrobras, e Mauá III, da Eletrobras, comprovaram ter contratos de suprimento. A lista oficial das habilitadas, segundo ele, deve ser divulgada em novembro.

“Eu diria que não foi uma grande quantidade (de projetos a gás habilitados), mas várias conseguiram alguns contratos. Pena que algumas conseguiram, mas já passou o prazo. Mas vai pro próximo leilão”, disse Miranda Farias a jornalistas após palestra no evento Power-Gen Brasil, organizado pela PenWell.

Outras térmicas no Sul e no Nordeste do país devem estar no leilão, usando gás importado, o gás natural liquefeito (GNL).

Cerca de 20,6 gigawatts de projetos termelétricos a gás natural estavam inscritos para participar, mas esperava-se que o número seria bem menor devido à exigência da EPE de que projetos comprovassem ter contratos para s projetos antes do leilão.

No Brasil, a Petrobras é praticamente a única fornecedora de gás natural e não tem capacidade para atender todos os projetos interessados no leilão.

Com isso, empreendedores de projetos térmicos têm buscado gás natural liquefeito importado e negociado com a Petrobras o uso da capacidade ociosa de seus de terminais de regaseificação de GNL para viabilizar projetos. Outros estudam montar projetos próprios de regaseificação no Nordeste e no Sul do país.

Miranda Farias disse que o projeto da Bolognesi, no Rio Grande do Sul, que estava cadastrado para o leilão com a intenção de também construir planta regaseificação de gás, “está sendo analisado e, provavelmente, vai concorrer”.

Os preços de GNL no exterior estão altos, diante da forte demanda e há dificuldades dos empreendedores de fechar contratos de longo prazo a preços competitivos.

Miranda Farias disse acreditar que haverá novas descobertas de gás natural no Brasil no futuro para desenvolvimento de novos projetos térmicos. 


Acionistas da Santo Antônio energia aprovam aporte de R$1,59 bi na empresa
Os acionistas da Santo Antônio Energia, empresa responsável pela hidrelétrica Santo Antônio, no rio Madeira, aprovaram nesta terça-feira aporte de 1,59 bilhão de reais na companhia, segundo ata da assembleia. Foi aprovado aumento de capital social mediante a emissão de 1,59 bilhão de novas ações ordinárias, pelo valor de emissão de 1 real cada. Segundo a ata, 810 milhões de reais foram integralizados nesta terça-feira, e haverá mais duas parcelas de 414 milhões e 366 milhões de reais.

A Santo Antônio Energia tem enfrentado dificuldades de caixa para manter as obras na usina, enquanto tem que arcar com custos de curto prazo relacionados ao atraso da entrega de eletricidade da hidrelétrica.A empresa chegou a afirmar no passado que a manutenção das cobranças relacionadas ao atraso da entrega de energia poderia tornar a obra inviável e, atualmente, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa recursos da empresa contra algumas dessas cobranças. (Agência Reuters)
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