sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Dilma convoca o ministro Edson Lobão após alerta de racionamento

A possibilidade de que o país enfrente um racionamento de energia elétrica aumentou substancialmente nos últimos dias. Segundo relatório do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), feito com base em consulta às empresas do setor, o descompasso entre oferta e demanda superou o patamar de 5%, considerado aceitável pelos técnicos. Segundo o ONS, a falta de chuvas nas cabeceiras dos rios que formam os reservatórios das principais usinas hidrelétricas levou o indicador para 5,7%, aumentandoo risco de falhas na rede. O alerta levou a presidente Dilma Rousseff a convocar o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para uma reunião fora da agenda, no fim da tarde, no Palácio do Planalto.

De acordo com os dados do ONS, o problema é que os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste, os mais importantes para o funcionamento do Sistema Interligado Nacional, continuam baixando. Na última quarta-feira, o armazenamento de água ficou abaixo de 35% da capacidade, o que não ocorria desde 2001, quando o país passou por um pesado esquema de racionamento de eletricidade. Há um ano, as usinas dessas regiões operavam com 45,2% do volume total, e estavam em trajetória de recuperação. Na semana passada, o ONS previu que os reservatórios terminariam o mês de fevereiro com armazenamento de 35,7%. Agora, é muito pouco provável que isso aconteça.

Além do fraco volume de chuvas desde o fim do ano passado, a situação é crítica porque o forte calor tem provocado aumento na demanda de energia, o que sobrecarrega o sistema e aumenta o risco de apagões, como o que deixou 6 milhões de pessoas sem luz em 13 estados e em parte do Distrito Federal por várias horas, no início de fevereiro. Pelos dados do ONS, ontem, o consumo médio foi de 71,478 megawatts (MW), com pico de 81,412 MW no início da tarde. Há uma semana, a demanda estava na casa dos 67,880 MW, chegando a 77,13 mil MW no momento de maior intensidade. (Correio Braziliense)
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