As demonstrações financeiras do primeiro trimestre da estatal, divulgado na segunda-feira à noite, apontam um passivo de curto prazo a descoberto de R$ 735 milhões, comparado a R$ 550 milhões em dezembro. A exemplo do que fez no parecer das demonstrações financeiras anuais, a PricewaterhouseCoopers voltou a suscitar dúvidas sobre a continuidade operacional das distribuidoras do grupo.
O maior problema está localizado na Amazonas Energia, que atende o Estado na região Norte do país. A empresa tem um passivo circulante a descoberto de R$ 534 milhões e é a que mais tem gerado prejuízo para o grupo Eletrobras. No primeiro trimestre, a distribuidora teve perdas de R$ 174 milhões e sua margem operacional está negativa em quase 20%. O próprio Ebitda da empresa, o lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação, foi negativo em R$ 64 milhões. Já nos resultados consolidados de 2010 a empresa apurou um prejuízo de R$ 1,13 bilhão, em parte explicado pelas mudanças das regras contábeis.
As cinco distribuidoras federalizadas sob gestão da Eletrobras que têm a contabilidade destacada de outras subsidiárias - Amazonas, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima - registraram juntas um prejuízo de R$ 256 milhões no trimestre. A única que teve lucro no período foi a Distribuição Alagoas, com R$ 280 mil positivos. Mas no quesito resultado operacional todas tiveram resultados negativos. A Eletrobras ainda é dona da distribuidora do Acre, mas a contabilidade dessa empresa está consolidada no balanço de outra subsidiária da estatal, a Eletronorte.
O rombo das distribuidoras foi exposto pela primeira vez no balanço anual de 2010, que foi divulgada em maio deste ano. Naquela oportunidade, o então presidente das distribuidoras, hoje assessor da presidência da empresa, Pedro Hosken, disse ao Valor que a solução para as empresas, sendo elas públicas, são de longo prazo. Ele explicou que na Amazonas Energia a grande dificuldade tem sido controlar as perdas da empresa. Disse ainda que a solução passará por injeção de capital por parte da Eletrobras. Desde 2008, cerca de R$ 5 bilhões em dívidas das seis distribuidoras com a holding foram transformadas em capital até o ano passado. Mesmo assim, as empresas continuam em dificuldades.
Pelos números divulgados pela Eletrobras, um dos principais motivos dos prejuízos na atividade de distribuição se deveu ao crescimento dos custos do serviço em cerca de 40%, enquanto a receita líquida cresceu menos de 30%. Segundo alguns analistas, isso reflete o crescimento do custo operacional das companhias, que não é integralmente repassado para a tarifa. A única abertura de custos operacionais feita pela empresa foi a da Distribuição Alagoas, onde os gastos cresceram de R$ 28 milhões no primeiro trimestre de 2010 para R$ 52 milhões nos primeiros três meses deste ano.
Os gastos em geral das empresas da Eletrobras têm registrado crescimento. As despesas gerais e administrativas cresceram cerca de 10% no primeiro trimestre do ano e somaram R$ 5,8 bilhões. A empresa registrou lucro no período de R$ 1,3 bilhão, o que representou um crescimento de 672% em relação ao ano passado.
Os números da Eletrobras são altamente influenciados pelo comportamento dos indexadores da dívida de Itaipu, que é atrelada ao dólar e à inflação americana e por isso varia de um ano para o outro. No primeiro trimestre de 2010, por exemplo, as operações de repasse de Itaipu resultaram em um prejuízo de R$ 600 milhões. Neste ano, apresentaram lucro de R$ 634 milhões. De qualquer forma, a Eletrobras também credita o aumento do lucro aos ganhos das empresas controladas, que cresceu 21% no período, chegando a R$ 956 milhões. (Valor Econômico)
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O maior problema está localizado na Amazonas Energia, que atende o Estado na região Norte do país. A empresa tem um passivo circulante a descoberto de R$ 534 milhões e é a que mais tem gerado prejuízo para o grupo Eletrobras. No primeiro trimestre, a distribuidora teve perdas de R$ 174 milhões e sua margem operacional está negativa em quase 20%. O próprio Ebitda da empresa, o lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação, foi negativo em R$ 64 milhões. Já nos resultados consolidados de 2010 a empresa apurou um prejuízo de R$ 1,13 bilhão, em parte explicado pelas mudanças das regras contábeis.
As cinco distribuidoras federalizadas sob gestão da Eletrobras que têm a contabilidade destacada de outras subsidiárias - Amazonas, Alagoas, Piauí, Rondônia e Roraima - registraram juntas um prejuízo de R$ 256 milhões no trimestre. A única que teve lucro no período foi a Distribuição Alagoas, com R$ 280 mil positivos. Mas no quesito resultado operacional todas tiveram resultados negativos. A Eletrobras ainda é dona da distribuidora do Acre, mas a contabilidade dessa empresa está consolidada no balanço de outra subsidiária da estatal, a Eletronorte.
O rombo das distribuidoras foi exposto pela primeira vez no balanço anual de 2010, que foi divulgada em maio deste ano. Naquela oportunidade, o então presidente das distribuidoras, hoje assessor da presidência da empresa, Pedro Hosken, disse ao Valor que a solução para as empresas, sendo elas públicas, são de longo prazo. Ele explicou que na Amazonas Energia a grande dificuldade tem sido controlar as perdas da empresa. Disse ainda que a solução passará por injeção de capital por parte da Eletrobras. Desde 2008, cerca de R$ 5 bilhões em dívidas das seis distribuidoras com a holding foram transformadas em capital até o ano passado. Mesmo assim, as empresas continuam em dificuldades.
Pelos números divulgados pela Eletrobras, um dos principais motivos dos prejuízos na atividade de distribuição se deveu ao crescimento dos custos do serviço em cerca de 40%, enquanto a receita líquida cresceu menos de 30%. Segundo alguns analistas, isso reflete o crescimento do custo operacional das companhias, que não é integralmente repassado para a tarifa. A única abertura de custos operacionais feita pela empresa foi a da Distribuição Alagoas, onde os gastos cresceram de R$ 28 milhões no primeiro trimestre de 2010 para R$ 52 milhões nos primeiros três meses deste ano.
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Os números da Eletrobras são altamente influenciados pelo comportamento dos indexadores da dívida de Itaipu, que é atrelada ao dólar e à inflação americana e por isso varia de um ano para o outro. No primeiro trimestre de 2010, por exemplo, as operações de repasse de Itaipu resultaram em um prejuízo de R$ 600 milhões. Neste ano, apresentaram lucro de R$ 634 milhões. De qualquer forma, a Eletrobras também credita o aumento do lucro aos ganhos das empresas controladas, que cresceu 21% no período, chegando a R$ 956 milhões. (Valor Econômico)
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