quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Aumento no consumo de gás natural piora gases do efeito estufa

O aumento da participação do gás natural na matriz energética do País tem contribuído para elevar as emissões de gases de efeito estufa, diz o relatório Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS), divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora a geração de energia hidrelétrica seja considerada renovável e de baixa emissão de poluentes, a construção de usinas e linhas de transmissão acabam gerando grandes impactos à população e ao ambiente, avalia o instituto. "A busca por maior eficiência energética e por novas fontes renováveis de energia (eólica e solar) é a melhor maneira de atender às demandas e minimizar impactos negativos", cita o IBGE.

Os dados do IDS revelam ainda que em 2009 mais da metade da energia do País, 53%, foi obtida de fontes não renováveis, sendo 37,8% de petróleo e derivados, 8,7% de gás natural, 4,8% de carvão mineral e derivados, e 1,4% de urânio e derivados. No ano passado, 47% da energia era fruto de fontes renováveis. Esse número é ligeiramente inferior ao verificado em 1992, de 47,6%, no início da série histórica.

O consumo de energia per capita no País alcançou 13,4 megawatt-hora (MWh), o equivalente a 48,3 gigajoules por habitante (GJ/hab) em 2009. Esse foi o segundo maior índice de consumo de energia registrado desde o início da série histórica, iniciada em 1992.

Anteriormente, o recorde de consumo de energia per capita do País havia sido registrado em 2008, quando a taxa per capita alcançou 13,9 MWh, equivalente a 50 GJ/hab. Os efeitos da crise econômica, iniciada em setembro de 2008, contribuíram para a queda do indicador no ano passado.

Segundo o IBGE, o consumo per capita de energia apresentou crescimento contínuo desde 1992 até 1997. Entre 1997 e 2002, o consumo per capita se estabilizou na faixa de 12 MWh, cerca de 45 GJ/hab, devido ao baixo crescimento na oferta de energia. Além disso, o crescimento da população, em torno de 1,4% ao ano, a partir de 1995, também contribui para manter o consumo de energia relativamente estável.

A partir de 2002, de acordo com o IBGE, o ritmo de consumo de energia acelerou, com a retomada dos investimentos no setor, especialmente na geração de energia térmica a gás.

O IBGE ressalta que ainda que recentemente o País voltou a investir em grandes projetos de geração de energia hidrelétrica, principalmente na região Norte, para poder atender a demanda gerada pelo forte crescimento econômico em diversos setores. (Último Segundo – iG)
Leia também:
ANEEL leiloa cinco linhas e quatro subestações de transmissão na sexta-feira (03)
Voltar
Receba as principais notícias do setor energético nacional no seu e-mail. Cadastre aqui