A diferença entre o que é planejado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para a expansão da oferta de energia hidráulica e o que é efetivamente realizado tem ficado muito aquém das expectativas do planejador do setor. Desde 2006, quando os planos decenais de expansão (PDE) começaram a ser feitos, o índice de usinas que efetivamente tiveram sua energia leiloada ou que entraram em operação comercial responde, em média, por apenas 50% do que foi planejado. A maior parte delas esbarrou em licenciamento ambiental e assim o que foi planejado para um ano só pode ser leiloado anos depois.
A alternativa para essa taxa de insucesso ao longo dos anos foi a de leiloar energia de usinas termelétricas - mais caras para o consumidor, mas mais fáceis de serem executadas em curto espaço de tempo e com grande interesse de empreendedores que obtém boas taxas de retorno nesses investimentos. Com essa fórmula, diversos investidores foram atraídos para projetos de termelétricas.
Mas muitos projetos bilionários de usinas que foram sendo elaborados nos últimos anos e que só agora estão prontos para irem a leilão vão ficar guardados na gaveta, como mostrou ontem reportagem do Valor. Isso porque o governo tem feito todos os esforços para que as hidrelétricas saiam do papel, já que são mais baratas para o consumidor. E desde 2006, a taxa de insucesso vem progressivamente reduzindo, com mais e mais hidrelétricas sendo leiloadas.
Argumentos, entretanto, não faltam para pressionar o governo em relação às térmicas. Vão desde a necessidade de se ter segurança do suprimento de energia até ao fato de que as novas hidrelétricas são construídas com reservatórios muito menores, são as chamadas usinas a fio d'água. "As térmicas são sempre necessárias e vão ser cada vez mais necessárias", diz o presidente da Associação dos Autoprodutores, Mário Menel.
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admite que o plano que é traçado para a expansão é apenas indicativo e não determinativo do que vai de fato acontecer. De qualquer forma, ele ressalta que as licenças ambientais de projetos hidrelétricos estão saindo do papel desde o leilão das usinas do Madeira. "É claro que eventualmente poderemos ter que leiloar uma ou outra térmica, mas a prioridade é retomar o equilíbrio da matriz energética."
A consultora da Gas Energy, Sylvie D'Apote, lembra entretanto que o pré-sal deve produzir muito gás natural e por isso acredita que as térmicas que usam esse combustível serão úteis ao governo. Ela diz que o PDE atual estabeleceu um custo para a energia de R$ 113 o MWh e é por isso que as térmicas ficam de fora desse planejamento.
Kaioa Gomes, um dos executivos do fundo Energia PCH, que tem um projeto de 440 MW de termelétrica a carvão em Santa Catarina, diz que hoje negocia a venda de pelo menos parte da energia para autoprodutores. "Os retornos são melhores com a venda da energia nos leilões do governo", diz Gomes. Tanto o fundo Energia PCH quanto a Hidrotermica, que tem projeto no Rio Grande do Sul, tentam argumentar que o Sul do país precisa de mais segurança.
Em evento ontem, o presidente da EPE disse entretanto que apenas se houver uma "necessidade enorme" será aberta a possibilidade de construção de termelétricas no sul do país. (Valor Econômico)
A alternativa para essa taxa de insucesso ao longo dos anos foi a de leiloar energia de usinas termelétricas - mais caras para o consumidor, mas mais fáceis de serem executadas em curto espaço de tempo e com grande interesse de empreendedores que obtém boas taxas de retorno nesses investimentos. Com essa fórmula, diversos investidores foram atraídos para projetos de termelétricas.
Mas muitos projetos bilionários de usinas que foram sendo elaborados nos últimos anos e que só agora estão prontos para irem a leilão vão ficar guardados na gaveta, como mostrou ontem reportagem do Valor. Isso porque o governo tem feito todos os esforços para que as hidrelétricas saiam do papel, já que são mais baratas para o consumidor. E desde 2006, a taxa de insucesso vem progressivamente reduzindo, com mais e mais hidrelétricas sendo leiloadas.
Argumentos, entretanto, não faltam para pressionar o governo em relação às térmicas. Vão desde a necessidade de se ter segurança do suprimento de energia até ao fato de que as novas hidrelétricas são construídas com reservatórios muito menores, são as chamadas usinas a fio d'água. "As térmicas são sempre necessárias e vão ser cada vez mais necessárias", diz o presidente da Associação dos Autoprodutores, Mário Menel.
O presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, admite que o plano que é traçado para a expansão é apenas indicativo e não determinativo do que vai de fato acontecer. De qualquer forma, ele ressalta que as licenças ambientais de projetos hidrelétricos estão saindo do papel desde o leilão das usinas do Madeira. "É claro que eventualmente poderemos ter que leiloar uma ou outra térmica, mas a prioridade é retomar o equilíbrio da matriz energética."
A consultora da Gas Energy, Sylvie D'Apote, lembra entretanto que o pré-sal deve produzir muito gás natural e por isso acredita que as térmicas que usam esse combustível serão úteis ao governo. Ela diz que o PDE atual estabeleceu um custo para a energia de R$ 113 o MWh e é por isso que as térmicas ficam de fora desse planejamento.
Kaioa Gomes, um dos executivos do fundo Energia PCH, que tem um projeto de 440 MW de termelétrica a carvão em Santa Catarina, diz que hoje negocia a venda de pelo menos parte da energia para autoprodutores. "Os retornos são melhores com a venda da energia nos leilões do governo", diz Gomes. Tanto o fundo Energia PCH quanto a Hidrotermica, que tem projeto no Rio Grande do Sul, tentam argumentar que o Sul do país precisa de mais segurança.
Em evento ontem, o presidente da EPE disse entretanto que apenas se houver uma "necessidade enorme" será aberta a possibilidade de construção de termelétricas no sul do país. (Valor Econômico)