As empresas de energia se destacam nas carteiras de ações defensivas, já que têm fluxo de caixa garantido e pagam gordos dividendos. Mas esses papéis vêm refletindo um cenário arriscado.
Isso ocorre devido ao aumento de interferência do governo no setor e à proximidade das eleições presidenciais e estaduais.
Segundo analistas, o peso do risco político, antes atrelado à Copel, está sendo disseminado. "Em ano de eleição, a política se torna muito importante para o setor elétrico, especialmente num momento em que o governo tem participação cada vez mais forte em grandes e médios empreendimentos", diz Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora.
Ele considera que a discussão sobre o papel do Estado no setor voltou a ser um tema relevante, já que está passando de regulador, com a Aneel, para agir também como promotor de crescimento com a Eletrobras, financiador através do BNDES e sócio pelas fundações.
"Nas devidas proporções, já estamos com um cenário muito similar ao anterior às privatizações, ainda que com maturidade regulatória. O governo tem múltiplas personalidades e interesses divergentes", avalia Corrêa. "Num primeiro momento, parece que está viabilizando o setor, mas na perspectiva de longo prazo, está espantando o investimento privado."
O risco político está relacionado, por exemplo, a renovações de concessões e desfecho da discussão ambiental, que passa pela busca de energia limpa por parte do governo e de uma matriz barata e confiável para o consumidor. Nesse cenário, empresas estatais e distribuidoras de energia, segundo ele, exigem mais cautela. Geradoras privadas são estratégias de investimento mais conservadoras, com destaque para Tractebel, AES Tietê e Cesp.
Do lado positivo, a Copel anunciou na semana passada que vai repassar aos consumidores o reajuste de tarifas de energia. Isso pode trazer impacto positivo para as ações, mas os analistas do Barclays, Felipe Mattar, Sergio Conti e Bruno Pascon, consideram que os investidores não devem apostar todas as fichas na concretização desse repasse, pelo menos até 10 de outubro.
"Esperamos que se a retirada de desconto das tarifas for mantida, as ações possam ser negociadas acima da faixa de R$ 35 a R$ 40 que vinha se mantendo nos últimos seis meses", destacam em relatório. Já a Eletropaulo incrementou em R$ 0,42 o dividendo por ação do primeiro semestre com o acordo judicial com a massa falida do Banco Santos. É positivo no curto prazo, segundo os analistas da Itaú Securities, Marcos Severine, Mariana Coelho e Marcel Shiomi.
"Entretanto, permanecemos céticos em relação à Eletropaulo, assim como ao segmento de distribuição em geral, no segundo semestre", destacam. A preocupação está relacionada à definição da Aneel sobre o custo médio ponderado do capital (WACC) regulatório para o negócio de distribuição.
Nem o reajuste de 1,6% nas tarifas, anunciado pela companhia, animou. Para o Barclays, é "imaterial" para as ações, considerando a falta de espaço para aumento de eficiência operacional e investimento menor do que o ritmo de depreciação dos ativos. (Brasil Econômico)
Isso ocorre devido ao aumento de interferência do governo no setor e à proximidade das eleições presidenciais e estaduais.
Segundo analistas, o peso do risco político, antes atrelado à Copel, está sendo disseminado. "Em ano de eleição, a política se torna muito importante para o setor elétrico, especialmente num momento em que o governo tem participação cada vez mais forte em grandes e médios empreendimentos", diz Ricardo Corrêa, analista da Ativa Corretora.
Ele considera que a discussão sobre o papel do Estado no setor voltou a ser um tema relevante, já que está passando de regulador, com a Aneel, para agir também como promotor de crescimento com a Eletrobras, financiador através do BNDES e sócio pelas fundações.
"Nas devidas proporções, já estamos com um cenário muito similar ao anterior às privatizações, ainda que com maturidade regulatória. O governo tem múltiplas personalidades e interesses divergentes", avalia Corrêa. "Num primeiro momento, parece que está viabilizando o setor, mas na perspectiva de longo prazo, está espantando o investimento privado."
O risco político está relacionado, por exemplo, a renovações de concessões e desfecho da discussão ambiental, que passa pela busca de energia limpa por parte do governo e de uma matriz barata e confiável para o consumidor. Nesse cenário, empresas estatais e distribuidoras de energia, segundo ele, exigem mais cautela. Geradoras privadas são estratégias de investimento mais conservadoras, com destaque para Tractebel, AES Tietê e Cesp.
Do lado positivo, a Copel anunciou na semana passada que vai repassar aos consumidores o reajuste de tarifas de energia. Isso pode trazer impacto positivo para as ações, mas os analistas do Barclays, Felipe Mattar, Sergio Conti e Bruno Pascon, consideram que os investidores não devem apostar todas as fichas na concretização desse repasse, pelo menos até 10 de outubro.
"Esperamos que se a retirada de desconto das tarifas for mantida, as ações possam ser negociadas acima da faixa de R$ 35 a R$ 40 que vinha se mantendo nos últimos seis meses", destacam em relatório. Já a Eletropaulo incrementou em R$ 0,42 o dividendo por ação do primeiro semestre com o acordo judicial com a massa falida do Banco Santos. É positivo no curto prazo, segundo os analistas da Itaú Securities, Marcos Severine, Mariana Coelho e Marcel Shiomi.
"Entretanto, permanecemos céticos em relação à Eletropaulo, assim como ao segmento de distribuição em geral, no segundo semestre", destacam. A preocupação está relacionada à definição da Aneel sobre o custo médio ponderado do capital (WACC) regulatório para o negócio de distribuição.
Nem o reajuste de 1,6% nas tarifas, anunciado pela companhia, animou. Para o Barclays, é "imaterial" para as ações, considerando a falta de espaço para aumento de eficiência operacional e investimento menor do que o ritmo de depreciação dos ativos. (Brasil Econômico)