quarta-feira, 9 de maio de 2012

Pinga-Fogo Setor Elétrico: EPE, Abeeólica e CCEE

Belo Monte: 70% da energia irão para RJ e MG
O presidente da EPE Maurício Tolmasquim, afirmou ontem que cerca de 70% da energia que será gerada na usina hidrelétrica de Belo Monte, em construção no Rio Xingu, no Pará, irão para os estados de Rio de Janeiro e Minas Gerais. Ele explicou que, segundo estudo entregue recentemente ao Ministério de Minas e Energia, o projeto prevê investimentos de R$ 8 bilhões para a construção de duas linhas de transmissão em 2013. Essas linhas vão transferir energia em corrente contínua de 800 kV (quilovolts). Com isso, o Brasil será o segundo país do mundo, depois da China, a ter um sistema de transmissão com essa potência. Na Usina Binacional de Itaipu, por exemplo, as linhas de corrente contínua têm 750 kV. A proposta da EPE é construir uma linha de transmissão de 2.575 quilômetros de extensão, a partir de uma subestação que será montada a 15 quilômetros da usina, até uma nova subestação a ser construída em Nova Iguaçu. Outro "linhão" terá 2.050 quilômetros de extensão até Minas Gerais. Os 30% restantes da energia de Belo Monte serão distribuídos para as regiões Norte e Nordeste. (O Globo)

Abeeólica: 636MW em usinas ficarão prontas antes de ICGs

A Abeeólica estima que 636MW em usinas a vento não poderão gerar energia na data prevista, mesmo estando totalmente concluídas. A culpa é da falta de sistemas de transmissão para escoar a produção. Tais parques, viabilizados pelo primeiro leilão da fonte realizado no País, em 2009, seriam conectados a ICGs – centrais de conexão compartilhada – no Rio Grande do Norte e na Bahia. De acordo com Élbia Melo, presidente-executiva da entidade, os proprietários das usinas são CPFL, Dobrevê Energia e Renova. Apesar da falta de condições para produzir, esses empreendedores receberão a receita acordada nos contratos, uma vez que não tiveram culpa no atraso. Para isso, Élbia acredita que a Aneel fará algum tipo de vistoria nos projetos, para verificar se eles de fato estão prontos e foram prejudicados somente pela falta de ICG. Tais ICGs, aliás, estão sob responsabilidade da estatal Eletrobras Chesf, que também já vê dificuldades para cumprir o prazo de centrais que vão escoar a energia de eólicas que precisam entrar em funcionamento no ano que vem. A companhia enfrenta problemas com o licenciamento ambiental das instalações, o que prejudicou os cronogramas. (Jornal da Energia)

Política energética vai determinar velocidade da expansão do mercado livre, diz CCEE

Com um parcela de 26% de participação, o mercado livre de energia brasileiro tem um grande potencial para crescer, mas a velocidade desse crescimento vai depender da vontade do governo. O presidente do conselho de administração da CCEE, Luís Eduardo Barata, disse que o potencial brasileiro é muito maior. "Hoje o mercado já é substancialmente grande, mas na Europa e Estados Unidos são maiores. O crescimento é questão de política energética do poder concedente", explica. Para Barata, o governo deve viabilizar esse crescimento olhando todo o mercado, o planejamento, expansão e a transmissão, porém de maneira que esse crescimento seja mais rápido. "Assim passaremos de 26% para 30% e para mais de 40%", conta. Ele lembra do que aconteceu em Portugal, que por conta da crise européia transformou todos os consumidores em livres. "Em seis meses os consumidores tiveram que optar por um fornecedor de energia. Isso é uma linha, mas acho que não faz sentido no Brasil". Barata conta que já hoje a CCEE tem 1900 agentes e que já foram asinados mais de 15 mil contratos e a cada mês entram em torno de 60 a 70 agentes. Dos 1.500 consumidores, a Câmara tem um total de 40% de consumidores livres e 60% de consumidores especiais. Sobre as variações nos Preços de Liquidação das Diferenças, Barata alerta que o aumento deve ser esperado devido a matriz energética brasileira. Estudos apontam para uma previsão de PLD anual de R$ 170/MWh, podendo chegar ao máximo de R$ 200/MMWh. "Não são preços bons, mas não são deseperadores", explica. O presidente da CCEE vê com bons olhos a criação das plataformas de comercialização de energia, como o Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia e a Brix, mas alerta que elas ainda ainda tem pequeno número de transação. "As plataformas já estabelecem, calculam preços de referência, mas elas ainda tratam um volume pequeno de energia", observa.( Canal Energia)

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