Os investimentos de R$ 1,09 trilhão na área de energia incluídos na fase dois do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) foram desprezados pelos analistas do setor de que acompanham os papéis da Petrobras. De seis casas consultadas pela Agência Estado, apenas uma delas confirmou que acompanhou a divulgação, mas não viu "nada novo ou que chamasse a atenção". "Tudo já estava previsto e havia sido anunciado pela Petrobras", comentou o analista que preferiu não se identificar.
A área de petróleo e gás natural ficou com R$ 879,2 bilhões, dos quais R$ 523,7 bilhões deverão ser investidos após 2014. "Se o plano não fala até quando serão aplicados estes recursos, fica difícil fazer qualquer análise. Pode ser num período até 50 anos...", comentou Luiz Otávio Broad, da Àgora. O restante a ser investido entre 2011 e 2014 já havia sido previsto pela Petrobrás na divulgação de seu plano de negócios para o período. Além das refinarias Premium, que serão instaladas no Nordeste, e o volume a ser aplicado no pré-sal, constam deste total, R$ 11 bilhões previstos para quatro unidades de fertilizantes. "É um valor bem acima do que estava sendo projetado, num total de R$ 1 bilhão para cada fábrica", comentou outro analista que também não quis ser identificado.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que acompanhou a divulgação, fez duras críticas ao pacote e chegou a acusar o programa de "eleitoreiro". "São investimentos que já estavam previstos pela Petrobras. Do total de R$ 1,59 trilhão que vai ser investido no PAC 2, mais de 50% vem da Petrobras. O que é que isso quer dizer? Que se não existisse a Petrobras, o governo não investiria este valor? Ou que se o governo não existisse a Petrobras não estaria investindo?", indagou Pires.
Para especialistas do setor de energia elétrica, o PAC 2 também não apresentou fatos novos. "Em uma primeira análise o que parece é que (o plano) não traz novidades. Os projetos citados já são conhecidos", afirma o analista da Ágora Corretora, Filipe Acioli. Por isso, destaca, a divulgação de tais projetos assim como o anúncio de investimentos totais de R$ 136,6 bilhões em energia elétrica não resultam em impacto significativo nas ações do setor.
O analista da consultoria Lopes Filho para a área de Energia Elétrica e Saneamento Básico, Alexandre Furtado, ressalta que o plano poderia ganhar destaque caso o governo anunciasse incentivos ao setor, o que não ocorreu. "Acredito que o mercado observa esse anúncio com indiferença. O setor tem gargalos em geração e transmissão e por isso esses investimentos precisam ser feitos, seja dentro do PAC ou não", comenta.
O aspecto positivo da divulgação ocorrida nesta segunda-feira, segundo o coordenador do Grupo de Estudo do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro, é a confirmação de um novo direcionamento nos projetos elétricos do País. "O plano segue o que está definido no plano decenal da EPE", diz, referindo-se à Empresa de Pesquisa Energética. "O importante é a reafirmação das metas definidas no planejamento energético e a ênfase de que a prioridade (do País) será a energia renovável", completa.
O PAC 2 prioriza a construção de hidrelétricas, além de projetos para a construção de centrais de energia eólica, localizadas principalmente no Nordeste e Sul do país, e de usinas termoelétricas movidas a biomassa. (Agência Estado)
A área de petróleo e gás natural ficou com R$ 879,2 bilhões, dos quais R$ 523,7 bilhões deverão ser investidos após 2014. "Se o plano não fala até quando serão aplicados estes recursos, fica difícil fazer qualquer análise. Pode ser num período até 50 anos...", comentou Luiz Otávio Broad, da Àgora. O restante a ser investido entre 2011 e 2014 já havia sido previsto pela Petrobrás na divulgação de seu plano de negócios para o período. Além das refinarias Premium, que serão instaladas no Nordeste, e o volume a ser aplicado no pré-sal, constam deste total, R$ 11 bilhões previstos para quatro unidades de fertilizantes. "É um valor bem acima do que estava sendo projetado, num total de R$ 1 bilhão para cada fábrica", comentou outro analista que também não quis ser identificado.
O diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires, que acompanhou a divulgação, fez duras críticas ao pacote e chegou a acusar o programa de "eleitoreiro". "São investimentos que já estavam previstos pela Petrobras. Do total de R$ 1,59 trilhão que vai ser investido no PAC 2, mais de 50% vem da Petrobras. O que é que isso quer dizer? Que se não existisse a Petrobras, o governo não investiria este valor? Ou que se o governo não existisse a Petrobras não estaria investindo?", indagou Pires.
Para especialistas do setor de energia elétrica, o PAC 2 também não apresentou fatos novos. "Em uma primeira análise o que parece é que (o plano) não traz novidades. Os projetos citados já são conhecidos", afirma o analista da Ágora Corretora, Filipe Acioli. Por isso, destaca, a divulgação de tais projetos assim como o anúncio de investimentos totais de R$ 136,6 bilhões em energia elétrica não resultam em impacto significativo nas ações do setor.
O analista da consultoria Lopes Filho para a área de Energia Elétrica e Saneamento Básico, Alexandre Furtado, ressalta que o plano poderia ganhar destaque caso o governo anunciasse incentivos ao setor, o que não ocorreu. "Acredito que o mercado observa esse anúncio com indiferença. O setor tem gargalos em geração e transmissão e por isso esses investimentos precisam ser feitos, seja dentro do PAC ou não", comenta.
O aspecto positivo da divulgação ocorrida nesta segunda-feira, segundo o coordenador do Grupo de Estudo do Setor Elétrico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Gesel/UFRJ), Nivalde de Castro, é a confirmação de um novo direcionamento nos projetos elétricos do País. "O plano segue o que está definido no plano decenal da EPE", diz, referindo-se à Empresa de Pesquisa Energética. "O importante é a reafirmação das metas definidas no planejamento energético e a ênfase de que a prioridade (do País) será a energia renovável", completa.
O PAC 2 prioriza a construção de hidrelétricas, além de projetos para a construção de centrais de energia eólica, localizadas principalmente no Nordeste e Sul do país, e de usinas termoelétricas movidas a biomassa. (Agência Estado)