sexta-feira, 27 de abril de 2012

Abeeólica prevê que apenas 5% das usinas do leilão de 2009 vão atrasar

O presidente do conselho de administração da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Otávio Silveira, acredita que haverá poucos problemas entre as usinas viabilizadas pelo primeiro leilão da fonte, realizado pelo governo em dezembro de 2009. O executivo afirma que o índice de atrasos caiu e está próximo dos 5%, o que considera um bom desempenho.

“Vivemos um processo de aprendizado com os projetos de implantação da eólica na matriz sendo feitos a cada leilão. Mas seria melhor se a infraestrutura fosse pensada para o longo prazo”, analisa Silveira. Ele defende um planejamento maior, especialmente na parte de transmissão. “A conexão poderia ir onde está o bom vento, ao invés de a eólica ter que se adaptar às linhas existentes”, diz, ao explicar que isso otimizaria o uso da fonte. Para ele, um plano destes demoraria pelo menos dez anos para viabilização.

Outro ponto de vista defendido pelo executivo e que promete ser uma das bandeiras da Abeeólica nos próximos anos é a compatibilização entre a eólica e outras fontes - o que poderia solucionar os problemas como a sazonalidade dos ventos. “O uso do vento ajuda a economizar a água do reservatório, que pode ser usada quando o tempo não for favorável”, comenta.

A configuração de um sistema integrado permitiria também uma maior estabilidade para as eólicas, que também pretendem negociar energia no mercado livre. Para garantir ganhos nos tempos de alta sem que a baixa cause prejuízo, a associação vai apresentar um estudo que considere a inclusão destas usinas no Mecanismo de Relocação de Energia (MRE).

“Desenvolveremos mecanismos para trabalhar a sazonalidade para apresentá-los ao mercado”, conta Silveira, ao revelar que associação mantém conversas com órgãos como a EPE, ONS, Aneel e o Ministério da Minas e Energia - para os quais a entidade pretende apresentar estudos detalhados sobre a proposta. 

Nova estrutura - Com a rápida expansão da energia gerada a partir dos ventos no País, a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) passa por mudanças para se adequar ao novo cenário. Nesse sentido, a entidade acaba de reorganizar sua estrutura, com a configuração de um novo conselho administrativo, presidido por Otávio Silveira, diretor presidente da Galvão Energia.

O objetivo é reforçar o trabalho de definição de políticas, planos e metas no sentido de solucionar os gargalos que começam a aparecer no caminho do setor para que a fonte encontre seu espaço na matriz brasileira.

A entidade ainda conta com um comando formado pela presidente-executiva, Elbia Melo; e uma diretoria-executiva, nas mãos de Pedro Perrelli. O conselho presidido por Silveira será apoiado por oito oito vice-presidentes - Lauro Fiúza Junior, Ricardo Simões, Rosana Santos, Laura Porto, Renato Amaral, Eduardo Lopes, Pedro Cavalcanti e Paulo Celso. Haverá também dezesseis conselheiros sem designação específica.

Dados fornecidos pela Abeeólica dão conta de que hoje Brasil tem 1.471 GW de geração a vento, com a intenção de chegar na casa dos 8,1 GW em 2016. Outra meta é alcançar os 20 GW em 2020, o que só será possível se forem contratados 2,0 GW ao ano até lá. (Jornal da Energia)

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