Em 2008, quando todos os índices da economia brasileira cresciam a níveis recordes, a despeito da grande crise que assolaria o mundo em breve, o sistema de geração de energia elétrica do país quase não deu conta do consumo inédito a que assistia - e, para completar, chove pouco.
Para que nem o apagão, nem o racionamento de 2001 se repetissem, a solução encontrada pelo governo à época foi ativar todas as usinas termelétricas do país, por tempo indeterminado - uma atitude inédita na forma comedida com que os órgãos responsáveis costumam recorrer às térmicas (usadas apenas para complementar o fornecimento das hidrelétricas) e que resultou em um custo extra à conta de luz de quase R$ 2 bilhões naquele ano.
Esse foi apenas o ápice do problema que o país vinha arrastando desde o início da década, com o consumo energético chegando no limite de toda capacidade de geração que havia instalada e tornando este um dos maiores gargalos para que o país pudesse crescer em paz.
Este quadro, e situações extremas como a de 2008 e 2001, parecem estar finalmente afastados. É o que mostra um estudo feito pela Tendências Consultoria. Segundo o levantamento, baseado em dados oficiais para um horizonte de cinco anos, os diversos projetos que devem entrar em funcionamento irão gerar eletricidade suficiente para suportar um crescimento econômico de até 6,5% ao ano.
Tratam-se de obras lançadas entre 2007 e 2009 que vão desde o mega complexo hidrelétrico do Rio Madeira, até aquelas de pequeno porte, entre térmicas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas de biomassa e os leilões de eólica. Somados, serão 37,9 mil megawats a mais no sistema. O estudo não considera a hidrelétrica de Belo Monte, que ainda não foi leiloada e ainda não tem data de inauguração, mas terá capacidade, sozinha, para mais 11 mil megawats, a segunda maior do país depois de Itaupú.
Mesmo com a economia crescendo 6,5% ao ano, a folga entre o que o país irá consumir e a energia assegurada instalada gira ao redor de 3 mil megawats por ano, Em 2014, ano que será mais apertado, resta uma folga de 900 megawats. Em 2008 houve déficit de 400 megawats.
Risco de atraso e rede antiga
"A situação até 2014 é bem folgada , inclusive pela crise, que reduziu o consumo em 2009 e é como se tivesse nos dado um ano a mais", explica o analista Walter de Vitto, responsável pelo estudo. "O risco que existe", ressalva, "ressalva é de atraso na entrega desses projetos".
Dos 37,9 mil megawats programados, 21 mil vem de projetos classificados com restrições pela estudo - ou seja, que correm o risco de atrasar seja na retirada de suas licenças, seja no cronograma das obras.
Além disso, mesmo solucionado o problema de geração, trata-se apenas de uma das partes da cadeia de energia. "Os apagões recentes não foram causados por problemas na base, mas sim por falta de manutenção", entende José Goldenberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo.
Com uma rede de transmissão e distribuição que, em diversas cidades, chega a estar instalada há mais de 40 anos, os riscos de desabastecimento não somem - conforme mostraram apagões como o de novembro passado, a queda de nergia no Norte e Nordeste há uma semana e pequenas panes que se tornaram frequentes em centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil Econômico)
Para que nem o apagão, nem o racionamento de 2001 se repetissem, a solução encontrada pelo governo à época foi ativar todas as usinas termelétricas do país, por tempo indeterminado - uma atitude inédita na forma comedida com que os órgãos responsáveis costumam recorrer às térmicas (usadas apenas para complementar o fornecimento das hidrelétricas) e que resultou em um custo extra à conta de luz de quase R$ 2 bilhões naquele ano.
Esse foi apenas o ápice do problema que o país vinha arrastando desde o início da década, com o consumo energético chegando no limite de toda capacidade de geração que havia instalada e tornando este um dos maiores gargalos para que o país pudesse crescer em paz.
Este quadro, e situações extremas como a de 2008 e 2001, parecem estar finalmente afastados. É o que mostra um estudo feito pela Tendências Consultoria. Segundo o levantamento, baseado em dados oficiais para um horizonte de cinco anos, os diversos projetos que devem entrar em funcionamento irão gerar eletricidade suficiente para suportar um crescimento econômico de até 6,5% ao ano.
Tratam-se de obras lançadas entre 2007 e 2009 que vão desde o mega complexo hidrelétrico do Rio Madeira, até aquelas de pequeno porte, entre térmicas, pequenas centrais hidrelétricas, usinas de biomassa e os leilões de eólica. Somados, serão 37,9 mil megawats a mais no sistema. O estudo não considera a hidrelétrica de Belo Monte, que ainda não foi leiloada e ainda não tem data de inauguração, mas terá capacidade, sozinha, para mais 11 mil megawats, a segunda maior do país depois de Itaupú.
Mesmo com a economia crescendo 6,5% ao ano, a folga entre o que o país irá consumir e a energia assegurada instalada gira ao redor de 3 mil megawats por ano, Em 2014, ano que será mais apertado, resta uma folga de 900 megawats. Em 2008 houve déficit de 400 megawats.
Risco de atraso e rede antiga
"A situação até 2014 é bem folgada , inclusive pela crise, que reduziu o consumo em 2009 e é como se tivesse nos dado um ano a mais", explica o analista Walter de Vitto, responsável pelo estudo. "O risco que existe", ressalva, "ressalva é de atraso na entrega desses projetos".
Dos 37,9 mil megawats programados, 21 mil vem de projetos classificados com restrições pela estudo - ou seja, que correm o risco de atrasar seja na retirada de suas licenças, seja no cronograma das obras.
Além disso, mesmo solucionado o problema de geração, trata-se apenas de uma das partes da cadeia de energia. "Os apagões recentes não foram causados por problemas na base, mas sim por falta de manutenção", entende José Goldenberg, do Instituto de Eletrotécnica e Energia da Universidade de São Paulo.
Com uma rede de transmissão e distribuição que, em diversas cidades, chega a estar instalada há mais de 40 anos, os riscos de desabastecimento não somem - conforme mostraram apagões como o de novembro passado, a queda de nergia no Norte e Nordeste há uma semana e pequenas panes que se tornaram frequentes em centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro (Brasil Econômico)