quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Brasil é líder mundial em energias limpas

No Brasil, 46% das fontes de energia são renováveis, enquanto que a média mundial é de apenas 13%. Os dados estão no Boletim de Economia e Política Internacional do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) divulgado terça-feira (9). Os outros 54% das fontes de energia brasileira se concentram no uso do petróleo, gás natural, carvão mineral e urânio. Energia renovável é aquela originada de fontes naturais que possuem a capacidade de regeneração (renovação), ou seja, não se esgotam.

Segundo o relatório, o país só alcançou este estágio graças à produção de eletricidade por hidrelétricas, que corresponde a 15% do total de energia renovável, uso de lenha e carvão vegetal (comum nas termelétricas), com 12%, e, sobretudo, pela utilização de produtos da cana-de-açúcar, com 16%. Outras formas de energia renovável respondem por 3%.

Entre os produtos da cana, o destaque é a produção de etanol. O documento do Ipea destaca que "o etanol representa, hoje, mais de 90% do fornecimento mundial de biocombustíveis líquidos e é produzido, fundamentalmente, a partir da cana-de-açúcar e do milho". A qualidade do álcool produzido no Brasil já atrai a atenção de empresas internacionais. Na semana passada, a Shell anunciou uma associação com a brasileira Cosan para expandir a oferta de etanol no mercado mundial.

A produção mundial de etanol cresceu quase quatro vezes entre 2000 e 2008, de acordo com o Ipea. O Brasil e os Estados Unidos são os principais produtores mundiais, seguidos por China, Índia e França. O comércio internacional de álcool representa pouco mais de 10% da produção. Só o Brasil responde por quase dois terços das vendas aos outros países (exportações). Em dez anos, a produção de etanol deve dobrar, projeta o Ipea.

O relatório indica que o crescimento da produção de cana-de-açúcar desde 2002 serve para suprir basicamente o consumo interno - embora as exportações estejam aumentando. Em 2003, o primeiro carro bicombustível foi colocado no mercado. Em 2006, os carros flex já correspondiam a 73% da frota brasileira. Em 2009, mais de 80% dos veículos produzidos no Brasil já eram movidos tanto a álcool como a gasolina. [Fonte: R7 ]