A escalada do preço da energia elétrica no Brasil tem sufocado o setor industrial. Entre 2002 e 2009, a tarifa cobrada das empresas subiu 150%, 83% acima da inflação do período, e se tornou a terceira maior do mundo, segundo dados da Agência Internacional de Energia, coletados pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O preço do megawatt/hora saltou de R$ 92 para R$ 230.
"O problema é que, se nada for feito, o ritmo de alta continuará nos próximos anos e afetará a competitividade da indústria nacional", alerta o diretor da Fiesp e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Julio Diaz. Ele afirma que tem recebido inúmeras queixas de empresas (do setor automobilístico, madeira e têxtil) sobre a ampliação do peso da conta de luz na produção. Na indústria, há casos em que o consumo de energia representa até 45% do custo total.
Até 2003, a tarifa do setor industrial representava 45% do que era cobrado do consumidor residencial. A partir daí, o governo deu início a um realinhamento tarifário que durou até 2007, lembra o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner. O objetivo era eliminar o que o governo considerava como subsídio cruzado nas tarifas do País, algo questionado por alguns especialistas, já que a indústria é atendida em alta tensão e, portanto, o custo para entrega da energia é menor.
Dessa forma, a Aneel elevou os reajustes para a classe industrial e reduziu o ritmo de alta para o residencial. A conta das empresas atingiu 78% do que os consumidores residenciais pagam. Mas, para especialistas, isso não é motivo de comemoração. Hoje as duas tarifas estão em níveis extremamente elevados para a média mundial. Além disso, o aumento de custo da produção industrial é repassado para o consumidor. Ou seja, o residencial é punido duas vezes: pela tarifa de energia alta e por produtos mais caros.
"Elevar o preço da energia é um tiro no pé. No fim, isso se transforma em grande inibidor do crescimento econômico", diz o coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), Eduardo Spalding. Ele comenta que o avanço dos custos da energia nos últimos anos puniu, em maior escala, os grandes consumidores, mas afetou também a pequena e média empresa.
O que mais assusta a indústria é que a escalada das tarifas pode não parar por aqui, afirma o diretor da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Luciano Pacheco. Ele observa que a decisão do governo de contratar uma série de térmicas movidas a óleo combustível, altamente poluentes e caras, vai pesar no bolso do consumidor e prejudicar a competitividade da indústria nacional. De acordo com a Fiesp/Ciesp, até 2013 quase 10 mil MW médios de energia gerada por térmicas estarão em operação no País. "Isso terá reflexo nas tarifas", diz Pacheco. (O Estado de S. Paulo)
"O problema é que, se nada for feito, o ritmo de alta continuará nos próximos anos e afetará a competitividade da indústria nacional", alerta o diretor da Fiesp e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Julio Diaz. Ele afirma que tem recebido inúmeras queixas de empresas (do setor automobilístico, madeira e têxtil) sobre a ampliação do peso da conta de luz na produção. Na indústria, há casos em que o consumo de energia representa até 45% do custo total.
Até 2003, a tarifa do setor industrial representava 45% do que era cobrado do consumidor residencial. A partir daí, o governo deu início a um realinhamento tarifário que durou até 2007, lembra o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner. O objetivo era eliminar o que o governo considerava como subsídio cruzado nas tarifas do País, algo questionado por alguns especialistas, já que a indústria é atendida em alta tensão e, portanto, o custo para entrega da energia é menor.
Dessa forma, a Aneel elevou os reajustes para a classe industrial e reduziu o ritmo de alta para o residencial. A conta das empresas atingiu 78% do que os consumidores residenciais pagam. Mas, para especialistas, isso não é motivo de comemoração. Hoje as duas tarifas estão em níveis extremamente elevados para a média mundial. Além disso, o aumento de custo da produção industrial é repassado para o consumidor. Ou seja, o residencial é punido duas vezes: pela tarifa de energia alta e por produtos mais caros.
"Elevar o preço da energia é um tiro no pé. No fim, isso se transforma em grande inibidor do crescimento econômico", diz o coordenador da Comissão de Energia da Associação Brasileira de Alumínio (Abal), Eduardo Spalding. Ele comenta que o avanço dos custos da energia nos últimos anos puniu, em maior escala, os grandes consumidores, mas afetou também a pequena e média empresa.
O que mais assusta a indústria é que a escalada das tarifas pode não parar por aqui, afirma o diretor da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), Luciano Pacheco. Ele observa que a decisão do governo de contratar uma série de térmicas movidas a óleo combustível, altamente poluentes e caras, vai pesar no bolso do consumidor e prejudicar a competitividade da indústria nacional. De acordo com a Fiesp/Ciesp, até 2013 quase 10 mil MW médios de energia gerada por térmicas estarão em operação no País. "Isso terá reflexo nas tarifas", diz Pacheco. (O Estado de S. Paulo)